Estados Unidos e Japão começaram, na quinta-feira (11), um período de duas semanas dedicado à realização de exercícios militares que incluirão a instalação de um sistema de mísseis com capacidade de atingir a China continental.
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A medida foi considerada uma afronta à segurança e estabilidade da região, segundo avaliação de Pequim.
Os exercícios, denominados Resolute Dragon, iniciam em menos de 48 horas após a videoconferência entre o Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, e seu equivalente chinês, o Almirante Dong Jun, consideradas as primeiras conversas conhecidas, que o Departamento de Defesa classificou como “sinceras e produtivas”.
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Os exercícios militares entre os EUA e o Japão ocorrem pouco mais de uma semana após um grande desfile militar chinês em Pequim, onde o exército chinês apresentou alguns de seus sistemas de mísseis mais recentes, com a presença do líder Xi Jinping, junto do presidente Vladimir Putin e do líder norte-coreano Kim Jong Un.
Os exercícios conjuntos incluirão mísseis Typhon e NMESIS dos EUA, além de mísseis superfície-superfície japoneses Tipo 12, conforme informado em comunicado da imprensa do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA.
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Os sistemas de mísseis, com diferentes distâncias, oferecem uma capacidade em múltiplas camadas para proteger áreas de água sensíveis, defender locais relevantes e empregar poder terrestre.
Pequim classificou a implementação do Typhon, também chamado de sistema de Capacidade de Médio Alcance (MRC) do exército dos EUA, como uma ameaça significativa à segurança estratégica da região.
Os Estados Unidos e o Japão deveriam respeitar as preocupações de segurança de outros países e não devem implementar o sistema de mísseis de alcance intermediário Typhon.
O argumento apresentado aos ministros da defesa se verifica em um momento em que os Estados Unidos e a China aumentam o envolvimento de alto nível, considerando-se a expectativa de uma eventual cúpula entre Xi e Trump no outono corrente.
Donald Trump e seus principais assessores estão se preparando secretamente para uma viagem à Coreia do Sul no final de outubro, para a cúpula dos ministros do Comércio da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), informou a CNN a partir de fontes do governo.
A reunião entre Trump e Xi é considerada uma chance significativa.
O Secretário de Estado Marco Rubio e o Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, conversaram por telefone na quarta-feira, 10. O último encontro ocorreu em julho, no Fórum Regional da ASEAN, na Malásia.
A declaração chinesa apontou que ambas as partes consideraram o contato como oportuno, necessário e produtivo, ressaltando a importância de “ampliar ainda mais a diplomacia de chefes de Estado” para auxiliar os dois países na gestão de divergências e no incremento da colaboração.
Um grupo de parlamentares de diferentes partidos políticos da Câmara dos Representantes dos EUA viajará oficialmente para a China no final do mês, a primeira viagem desse tipo em mais de seis anos.
Fonte por: CNN Brasil