Os Estados Unidos e a China concordaram, em 15 de maio, com a transferência do controle do TikTok para autoridades americanas, conforme declarado pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que mediou as negociações entre os dois países.
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O acordo marco estabelecido determina que o TikTok “se torne uma propriedade controlada pelos Estados Unidos”, declarou Scott Bessent à imprensa em Madri, local das discussões.
“Não se discutirão os aspectos financeiros do acordo. Trata-se de uma questão entre duas entidades privadas, mas os termos financeiros foram estabelecidos”, acrescentou, quando questionado sobre o algoritmo dessa rede social.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o chinês, Xi Jinping, “conversarão na sexta-feira para concluir o acordo”, declarou Bessent.
Antes, Trump havia mencionado em sua plataforma, Truth Social, um acordo envolvendo uma empresa que os jovens do país desejavam preservar, afirmando que conversaria com Xi na sexta-feira.
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O TikTok é propriedade da empresa chinesa de internet ByteDance. Uma lei federal que determina a venda ou a proibição do TikTok por questões de segurança nacional deve ser implementada um dia antes da posse de Trump, em 20 de janeiro.
Contudo, o presidente republicano revogou essa restrição e, em meados de junho, prorrogou em 90 dias o período para que o aplicativo identificasse um comprador que não seja de origem chinesa, sob a condição de evitar sua proibição nos Estados Unidos.
O novo prazo expira em 17 de setembro.
Boas discussões
As negociações entre os dois maiores países do mundo realizaram-se no domingo e na segunda-feira na sede da Chancelaria espanhola. As delegações foram lideradas por Bessent e pelo vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng.
Bessent estimou que tiveram discussões muito boas, ressaltando que os contatos se concentraram nas discussões sobre o TikTok.
Realizaremos novas negociações comerciais em aproximadamente um mês em outro local, mas conversamos sobre muitas possibilidades para o futuro, acrescentou.
Contudo, em um indicativo de que as tensões bilaterais não estão diminuindo, Pequim acusou nesta segunda-feira o grupo americano de chips Nvidia de violar suas leis antimonopólios e anunciou uma “investigação exaustiva”.
A Nvidia Corporation foi considerada responsável por uma violação da lei antimonopólio da República Popular da China, segundo comunicado da reguladora estatal de mercados, sem detalhar as infrações.
A agência chinesa declarou que intensificaria a investigação inicial que havia começado em dezembro referente à Nvidia.
A empresa, sediada na Califórnia e líder global na produção de semicondutores para inteligência artificial, enfrentou tensões comerciais entre China e Estados Unidos. Washington, por sua vez, impõe restrições à exportação de chips da Nvidia para a China, em razão de preocupações de segurança nacional.
No fim de semana, a China também deu início a investigações sobre o setor de semicondutores nos Estados Unidos.
A China solicita respeito mútuo.
China e Estados Unidos trocam acusações de intensificar as tensões comerciais, resultando na imposição de tarifas que atingiram, nos últimos meses, níveis superiores a três dígitos.
Desde então, Washington e Pequim chegaram a um acordo visando diminuir as tensões e reduziram temporariamente as tarifas para 30% por parte dos Estados Unidos e 10% por parte da China.
Em agosto, ambos os países estenderam o período de suspensão das tarifas mais altas por 90 dias, até 10 de novembro.
O Ministério do Comércio da China solicitou, na sexta-feira, que Washington “trabalhasse com a China com base no respeito mútuo e consultas iguais, para resolver preocupações mútuas por meio do diálogo e encontrar uma solução para o problema”.
As reuniões em Madri poderiam lançar as bases para uma possível cúpula entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, antes do ano seguinte.
Fonte por: Carta Capital