EUA cancelam encontros com militares do Brasil
Lula se reuniu com comandantes para discutir projetos de manutenção de equipamentos.

Os Estados Unidos cancelaram as reuniões programadas para julho e agosto com militares brasileiros. A decisão se deu após o anúncio de Donald Trump de tarifas sobre o país, além do agravamento da crise diplomática com a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
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Os encontros teriam como objetivo debater iniciativas de aquisição e troca de equipamentos destinados à manutenção de componentes do Exército e da Aeronáutica. O Exército já firmou pedidos de 12 helicópteros Black Hawk, no valor de 451 milhões de dólares, e 222 mísseis Javelin, que representam um investimento de 74 milhões de dólares.
A principal discussão seria a expansão do programa Foreign Military Sales, que disponibiliza equipamentos norte-americanos usados ou de segunda linha a preços mais acessíveis.
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A preocupação dos militares é que a crise entre Brasil e Estados Unidos possa afetar a parceria histórica das Forças Armadas brasileiras com os norte-americanos. No diálogo entre os interlocutores das Forças, o receio é que Washington implemente sanções militares que restrinjam a exportação ou a importação de tecnologias de defesa.
Incluem-se, entre outros, o motor dos aviões F-39 Gripen, radares do Sistema de Vigilância da Amazônia e até o bloqueio nas comunicações ou no fornecimento dos rádios utilizados pelo Exército, fornecidos pelas empresas Harris e Motorola.
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Essa medida, imposta pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, já é aplicada a nações como Venezuela, Irã, Coreia do Norte, Bielorrússia, Rússia, China, Cuba e Síria.
A medida pode afetar o Programa de Desenvolvimento de Submarinos e o Programa Nuclear da Marinha, ambos dependendo de componentes fabricados nos Estados Unidos para a construção de seus equipamentos.
Lula conversa com militares
Na terça-feira, 29, o presidente Lula (PT) participou de uma reunião de duas horas com os três chefes das Forças Armadas: o general Tomás Paiva (Exército), o almirante Marcos Olsen (Marinha) e o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno (Aeronáutica).
A Força Armada solicitou a Lula que adotasse uma abordagem mais prática em relação a Donald Trump. Alertaram o petista que o encerramento das relações com os Estados Unidos poderia afetar a segurança e a defesa do país, sobretudo em áreas navais e aéreas.
Os comandantes apresentaram, inclusive, reclamações financeiras das Forças Armadas. Uma fonte declarou: “Não há dinheiro nem sequer para o almoço dos recrutas do Exército”.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.