EUA anunciam guerra à sua própria posição sobre as mudanças climáticas
Trump demonstra desconfiança em relação à ciência e busca revogar norma que limita emissões de gases do efeito estufa.

Os Estados Unidos estão habitados à montanha-russa das políticas climáticas do país. Os EUA entraram e saíram repetidamente do Acordo de Paris nas últimas quatro presidências.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Durante seu segundo mandato, o presidente americano Donald Trump adota uma postura cética em relação ao clima e sua administração está atuando para desmantelar os mecanismos de resposta a mudanças climáticas, ou qualquer futura administração, nesse sentido.
Essas ações, que certamente serão contestadas na Justiça, vão muito além da conhecida antipatia de Trump por energia solar e eólica, ou de suas promessas de intensificar a perfuração de petróleo, mesmo com os EUA já sendo o maior produtor mundial da commodity.
Leia também:

Presidente Trump afirma que submarinos nucleares estão mais próximos da Rússia

Kamala Harris afirma que o sistema político dos EUA está “quebrado”

Qual é a motivação por trás das tarifas de Trump e a estratégia comercial dos EUA?
A Agência de Proteção Ambiental (EPA) anunciou nesta semana a intenção de declarar que as emissões de gases de efeito estufa não constituem ameaça para os seres humanos, uma medida para enfraquecer a regulamentação ambiental relacionada ao clima.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Isto é apenas um ponto entre muitos.
A lista segue em frente, porém a política da administração Trump de tentar revogar a determinação de perigo poderá ter o efeito mais duradouro.
Relatório climático do governo
Essa declaração, realizada em 2009, reconhece que a poluição causada por combustíveis fósseis representa um risco à saúde humana e é o que possibilita que a EPA regule emissões de gases de efeito estufa com base na Lei do Ar Limpo.
Já antecipava o encerramento dessa afirmação, o administrador da EPA, Lee Zeldin, celebrou estar conduzindo a maior ação de desregulamentação da história dos Estados Unidos.
É o tipo de afirmação que entusiasma aqueles que não percebem a ameaça nas mudanças climáticas, mas aterroriza profundamente quem a vislumbra.
Zeldin é um ex-congessionista com pouca experiência em política ambiental, porém com lealdade comprovada a Trump. Ele descreve sua missão na EPA menos como proteger o meio ambiente e mais como liberar empresas da regulamentação.
A administração Trump justifica sua tentativa de anular a constatação de perigo com base em um relatório encomendado a cinco cientistas sobre as mudanças climáticas.
Após um período de consulta pública, o governo dos Estados Unidos poderá revogar oficialmente a determinação, o que, na prática, impediria o uso da Lei do Ar Limpo como instrumento de combate às mudanças climáticas.
O contraponto é uma técnica musical que envolve a combinação de duas ou mais linhas melódicas independentes, mas que se harmonizam entre si.
O secretário de Energia, Chris Wright, que se beneficiou da indústria de fraturamento hidráulico, foi o responsável por solicitar o relatório. No entanto, ele não questiona a existência das mudanças climáticas.
As mudanças climáticas são reais e exigem atenção. Contudo, não são a maior ameaça à humanidade. Essa distinção pertence à pobreza energética global.
Para Wright, a redução das emissões de carbono acarreta mais prejuízos à humanidade do que o aquecimento global em si.
Essa é uma visão minoritária entre os cientistas, que já publicaram milhares de estudos revisados por pares alertando sobre a gravidade da crise climática. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), por exemplo, divulga relatórios com centenas de autores de todo o mundo.
A administração Trump impediu a participação de cientistas do governo dos EUA no próximo relatório do IPCC, com previsão de lançamento para 2029.
Ondas de calor, doenças respiratórias e fenômenos extremos
Katie Dykes, assessora do Departamento de Energia e Proteção Ambiental de Connecticut, declarou que não se trata de uma análise precisa de um relatório governamental para identificar os impactos das mudanças climáticas.
“Observamos que os impactos climáticos já são parte da rotina dos nossos moradores e comunidades”, declarou Dykes.
Os impactos previstos por cientistas há anos estão ocorrendo de forma mais rápida e com maior intensidade do que se imaginava.
Ao afirmar que as emissões de gases do efeito estufa não representam risco, a administração Trump está transferindo a responsabilidade de lidar com as mudanças climáticas para os cidadãos. “Este esforço de desmontar uma estrutura de décadas abandona nossas comunidades, que ficam com o ônus dos custos e impactos climáticos”, declarou Dykes.
Incluem-se, nesse contexto, enfermidades respiratórias, ocorrências climáticas extremas, perdas à infraestrutura, à moradia e aos bairros.
“Já vivenciamos essas consequências em nosso estado, calor extremo, secas, incêndios florestais e inundações”, completou Dykes. “Ver a EPA se afastar de sua missão de décadas – proteger a saúde pública, reduzir a poluição e estabelecer padrões sensatos – é profundamente preocupante”, concluiu.
Um documento jurídico, mas não científico.
O relatório da administração Trump não deve ser interpretado como um estudo científico, afirmou Andrew Dessler, diretor do Centro de Clima Extremo da Texas A&M University.
“Não se trata de analisar as evidências de maneira imparcial, mas sim de construir o argumento mais robusto em favor do CO2”, declarou ele, segundo a repórter Ella Nilsen. “Isso quebra completamente com os padrões da ciência.” Nilsen dialogou com vários cientistas após a publicação do relatório.
Phil Duffy, diretor científico da Spark Climate Solutions, organização sem fins lucrativos focada na crise climática, declarou que dezenas de milhares de americanos falecem anualmente devido à poluição do ar por partículas, porém esses números estavam diminuindo conforme os Estados Unidos reduziam o uso do carvão. O governo Trump poderia reverter essa tendência.
Michael Mann, diretor do Centro Penn para Ciência, Sustentabilidade e Mídia, observa hostilidade em relação à ciência na gestão Trump.
Mann afirmou que “desde Stalin e o lixeniismo soviético não se via tamanha distorção da ciência a serviço de uma ideologia”, referindo-se às desastrosas interferências políticas na ciência durante a União Soviética.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Redação Clique Fatos
Aqui no Clique Fatos, nossas notícias são escritas com a ajudinha de uma inteligência artificial super fofa! 🤖💖 Nós nos esforçamos para trazer informações legais e confiáveis, mas sempre vale a pena dar uma conferida em outras fontes também, tá? Obrigado por visitar a gente você é 10/10! 😊 Com carinho, Equipe Clique Fatos📰 (P.S.: Se encontrar algo estranho, pode nos avisar! Adoramos feedbacks fofinhos! 💌)