“Eu vou levar jabuticaba para você, Trump”, afirma Lula

O chefe de Estado declara que a fruta nacional pode otimizar o ânimo e defende a cooperação diplomática entre nações.

13/07/2025 14:09

2 min de leitura

“Eu vou levar jabuticaba para você, Trump”, afirma Lula
(Imagem de reprodução da internet).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou, no domingo (13.jul.2025), as medidas tarifárias definidas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No jardim do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, o petista se aproximou de uma jabuticabeira e declarou que tem a intenção de enviar jabuticabas para Trump. A declaração foi divulgada em vídeo no perfil da primeira-dama Janja Lula da Silva, no Instagram.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A jabuticaba é uma fruta nativa do Brasil e Lula relacionou o consumo da fruta ao bom humor e defendeu mais “união e relação diplomática” entre os países.

“Vou comer jabuticaba de manhã, porque duvido que alguém que come jabuticaba fique com mau humor. Vou levar jabuticaba para você, Trump.” Disse. Em seguida, completou: “Você vai perceber que o cara que come jabuticaba de manhã, num país que ele dá jabuticaba, sabe, não precisa de briga. Precisa de muita união e de muita relação diplomática. É isso.”

Leia também:

Formulário de cadastro

A fala se dá em meio às tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Neste domingo (13.jul), o presidente deve se reunir para discutir o assunto com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). O encontro está marcado para depois das 17h. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também foi chamado, mas não comparecerá porque não conseguiu alterar o horário de sua passagem aérea, segundo a assessoria.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Alckmin (PSB) afirmou que o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade será publicado na segunda-feira (14.jul) ou na terça-feira (15.jul).

A nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros foi anunciada por Trump na última quarta-feira (9.jul).

O argumento central do presidente norte-americano para a aplicação da tarifa comercial é que as autoridades governamentais brasileiras estariam “perseguindo” Bolsonaro.

O antigo chefe do Executivo federal é acusado no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentar um golpe de Estado após o resultado das eleições presidenciais de 2022, em que foi derrotado.

Em resposta à medida de Trump, o presidente Lula declarou que o Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém e que o Brasil adotará a Lei da Reciprocidade Econômica (15.122 de 2025) para responder à imposição.

O processo judicial contra os responsáveis pelo planejamento do golpe de Estado não está sujeito a qualquer tipo de interferência ou ameaça que viole a independência das instituições nacionais, conforme declarado por Lula em nota divulgada na última quarta-feira (9.jul).

Em sua carta a Lula, Trump classificou como “vergonha internacional” o modo como Bolsonaro é julgado, afirmando que há uma “caça às bruxas” que deve terminar “imediatamente”.

A China também respondeu ao anúncio do presidente norte-americano e criticou os EUA por tentar influenciar o julgamento do ex-presidente brasileiro pelo Supremo. Na sexta-feira (11.jul), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, declarou que o governo norte-americano viola regras da ONU.

Ning declarou que a igualdade soberana e a não interferência em assuntos internos são princípios importantes da Carta da ONU.

Compreenda a controvérsia tarifária entre Estados Unidos e Brasil. Assista (1min47s):

Fonte por: Poder 360

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.