Estudo revela progresso na escolaridade e alfabetização nas periferias, com 52% no ensino médio
Levantamento revela que 52% dos moradores desses territórios completaram o ensino médio; há 20 anos, essa taxa era de apenas 26%.
Avanços na Escolaridade nas Periferias das Grandes Cidades Brasileiras
A edição de 2024 do Inaf (Indicador de Analfabetismo Funcional), divulgada recentemente, revela que as periferias das grandes cidades brasileiras apresentaram um avanço significativo em termos de escolaridade e alfabetismo.
De acordo com a pesquisa, 52% dos moradores das periferias alcançaram ou concluíram o ensino médio, um percentual superior ao das capitais (42%) e do interior (43%). Em 2001, ano de criação do Indicador, apenas 26% dos moradores da periferia haviam concluído o ensino médio, enquanto nas capitais esse número era de 32% e no interior, 20%.
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Desafios no Ensino Superior
O estudo também destacou que o desafio se intensifica no ensino superior, onde as capitais apresentam 30% de conclusão, as periferias 22% e o interior 21%. A proporção de analfabetos funcionais nas periferias é de 25%, abaixo da média nacional de 29% e da taxa do interior, que é de 32%.
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Entretanto, a proporção de moradores da periferia que alcançam um nível consolidado de alfabetismo é inferior à das capitais (37% contra 40%). Ana Lima, coordenadora do Inaf, comenta que essas análises evidenciam os efeitos positivos do aumento da escolaridade nas periferias e ressaltam a importância de ações que fortaleçam as habilidades de letramento e numeramento.
Desafios Persistentes
A coordenadora observa que os avanços foram mais significativos nos municípios do interior. Ela explica que isso se deve à democratização do acesso à educação e aos incentivos para a permanência e conclusão da educação básica ao longo das últimas duas décadas. Contudo, ainda existem desafios relacionados à aprendizagem, especialmente entre os jovens e adultos que permanecem analfabetos funcionais.
O estudo revela que 38% dos moradores da periferia possuem nível elementar de alfabetismo, enquanto nas capitais esse número é de 35% e no interior, 36%. O nível elementar permite que indivíduos selecionem informações em textos de média extensão e realizem pequenas inferências.
Série Histórica de Avanços
Entre 2001/2002 e 2024, a redução da proporção de jovens e adultos (15 a 64 anos) que apenas concluíram os anos iniciais do ensino fundamental foi de 14 pontos percentuais nas capitais, enquanto nas periferias essa redução foi de 26 pontos percentuais.
Uma tendência semelhante, embora em menor magnitude, foi observada na proporção de pessoas que iniciaram ou concluíram os anos finais do ensino fundamental, com uma redução de 11 pontos percentuais nas capitais e 15 pontos percentuais nas periferias.
O crescimento da proporção de jovens e adultos que cursaram ou concluíram o ensino médio foi de 26 pontos percentuais nas periferias, em comparação a um aumento de 10 pontos nas capitais. No ensino superior, o crescimento foi de 14 pontos percentuais tanto nas capitais quanto nas periferias.
Além disso, 95% dos analfabetos enfrentam dificuldades para realizar tarefas simples pelo celular.
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.