Estudo inédito revela como o cérebro faz a transição do sono em momento crítico de 4,5 minutos!

Estudo do UK Dementia Research Institute revela como o cérebro faz a transição do sono, identificando um ponto crítico antes de adormecer. Descubra mais!

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Estudo Revela Transição do Sono no Cérebro

O sono, um dos processos mais essenciais da vida, consome cerca de um terço da nossa existência. Embora a neurociência tenha explorado diversos aspectos desse fenômeno, um aspecto crucial ainda era desconhecido: como o cérebro faz a transição da vigília para o sono.

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Um estudo recente, conduzido por pesquisadores do UK Dementia Research Institute no Imperial College London e da Universidade de Surrey, pode ter finalmente esclarecido essa questão.

Os autores do estudo afirmam que o cérebro não adormece gradualmente, mas sim em um momento crítico específico. Em entrevista à CNN Brasil, o professor Geraldo Lorenzi, da Universidade de São Paulo (USP), explicou que a fisiologia desse processo é medida pelo eletroencefalograma (EEG), que registra a atividade cerebral através das ondas elétricas. “Quando estamos acordados, as ondas cerebrais são rápidas”, afirma o especialista em Medicina do Sono.

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Identificação do Momento de Transição

De acordo com a pesquisa, a transição abrupta da vigília para o sono pode ser identificada e prevista matematicamente. O ponto de inflexão cerebral ocorre 4,5 minutos antes de adormecer, indicando que a mudança não acontece no momento em que se dorme, mas antes, quando o cérebro atinge um estado irreversível.

Essas alterações podem ser medidas de forma não invasiva com o uso do EEG.

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Os pesquisadores descobriram o instante exato em que o cérebro “decide” dormir. Antes desse ponto, é possível “segurar a onda” e voltar à vigília, mas após esse momento, o sistema de vigília colapsa para o estado de sono.

Mapeamento da Atividade Cerebral

Para validar suas hipóteses, os autores analisaram EEGs de mais de mil indivíduos, extraindo 47 medidas diferentes e organizando-as como coordenadas em um extenso mapa matemático. Esse “GPS do sono” permite localizar a posição do cérebro entre os estados de acordado e dormindo.

Com eletroencefalogramas não invasivos, os pesquisadores mapearam os momentos que antecedem o sono, criando uma trajetória da atividade cerebral. Essa medida, chamada de “distância do sono”, se mantém estável até cair abruptamente. Para descrever essa transição, os autores utilizaram o termo matemático “bifurcação”.

Implicações e Aplicações Práticas

O líder do estudo, Nir Grossman, do Imperial College, resumiu a descoberta: “Adormecer é um processo de bifurcação, não gradual, com um ponto de inflexão claro que pode ser previsto em tempo real”. Essa pesquisa tem implicações significativas para o tratamento de distúrbios do sono, com a capacidade de prever a progressão para o sono em noites subsequentes com 95% de precisão.

A precisão de 49 segundos na previsão do ponto de inflexão pode ter aplicações práticas, como dispositivos de alerta para motoristas que estão prestes a adormecer ao volante. Para aqueles que sofrem de insônia, essa nova ferramenta diagnóstica oferece uma definição mais clara da transição entre vigília e sono.

Lorenzi explica que esse “ponto de virada” não ocorre na insônia, pois a preocupação e o estresse impedem a transição para o sono. Compreender melhor essa transição pode abrir caminho para tratamentos mais eficazes e para o uso do ponto de inflexão como um biomarcador de saúde cerebral.

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.

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