Estudo examina a vertente filosófica das obras de Nelson Cavaquinho, Cartola e Carlos Cachaça

Eliete Negreiros dedicou-se a analisar a complexa produção dos três sambistas.

18/08/2025 4:05

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Estudo examina a vertente filosófica das obras de Nelson Cavaquinho, Cartola e Carlos Cachaça
(Imagem de reprodução da internet).

Nelson Cavaquinho (1911-1986), Cartola (1908-1980) e Carlos Cachoca (1902-1999) foram sambistas que abordaram vivências e o dia a dia, combinando poesia e realidade, com sinceridade, humildade e franqueza.

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São alegrias e frustrações, com alguma esperança de mudança. Eles viveram de maneira simples, mas produziram uma obra de rara riqueza humana.

O ensaio Nelson Cavaquinho & Cartola & Carlos Cachoca: Caminho da Existência (Edições Sesc São Paulo; 2012), de Eliete Eça Negreiros, examina os três amigos mangueirenses que desenvolveram reflexões aprofundadas sobre a vida.

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Eliete, vocalista do movimento Vanguarda Paulista, que posteriormente se dedicou aos estudos de Filosofia, com foco nas obras de Paulinho da Viola, analisa a trajetória dos três sambistas, explorando as obras sob uma perspectiva filosófica, sem utilizar teorias acadêmicas.

“O Caminho da Existência”, de Carlos Cachaça e Délcio Carvalho (1939-2013) — mais conhecido pela parceria com Dona Ivone Lara (1921-2018), é analisado na obra, com foco na vontade de conhecer o mundo ligada ao tempo que se esvai, um eterno adversário.

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A obra ressalta as canções mais importantes dos sambistas. Quanto a Cartola, a célebre “As Rosas Não Falam”, elaborada a partir da observação dele e de sua então esposa, Dona Zica, de uma roseira plantada no quintal de casa.

A canção trata de esperança e afirma que o perfume das rosas foi retirado de uma amada, uma construção poética exuberante, inesperada e filosófica: “Volto ao jardim/ Com a certeza de que devo chorar/ Pois sei que não queres voltar/ Para mim/ Me dirijo às rosas/ Que bobagem as rosas não falam/ Simplesmente as rosas exalam/ O perfume que roubam de ti.”

A seção reservada a Nelson Cavaquinho, o mais extenso do livro, detalha um personagem singular da cultura brasileira, que transitava pelas ruas com seu violão, criando uma obra apta a abordar a vida e a morte com a mesma naturalidade, profundidade e intensidade.

A autora apresenta paralelos entre a produção de Nelson Cavaquinho e as ideias de filósofos, poetas e escritores como Simone de Beauvoir, Aristóteles, Sêneca, Goethe, Cecília Meireles e Sartre. Em Rugas e Degraus da Vida, Nelson Cavaquinho aborda a questão da velhice, um tema constante na obra de pensadores.

Nas colaborações com Guilherme de Brito — que escrevia as letras — como na inesquecível “Folhas Secas”, a finitude também se manifesta: “Quando o tempo indicar/ Que eu não posso mais cantar/ Sei que sentirei saudade/ Ao lado do meu violino/ E da minha juventude.”

O livro Nelson Cavaquinho & Cartola & Carlos Cachoca: Caminho da Existência materializa a filosofia popular como uma força influente.

Fonte por: Carta Capital

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