Estudo: Emendas preenchem orçamento de universidades, mas geram preocupação
Pesquisadores alertam para risco de dependência crescente de mecanismo para financiar orçamento de instituições.
Emendas Parlamentares: Um Mecanismo Complexo para as Universidades Federais
As emendas parlamentares, um mecanismo pelo qual deputados e senadores direcionam parte do orçamento público para instituições, incluindo as universidades públicas brasileiras, têm se tornado um recurso cada vez mais frequente. Este processo, que visa complementar o orçamento das universidades, envolve uma série de desafios e implicações.
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# Crescimento e Impacto nas Universidades
O volume de emendas parlamentares federais tem crescido significativamente, impactando diretamente as universidades. Entre 2014 e 2025, as emendas passaram de 0,8% para aproximadamente 7,2% do orçamento das universidades federais. Em 2025, o governo federal destina R$ 50,4 bilhões para pagamento de emendas, um aumento considerável em relação aos R$ 9,6 bilhões de 2014. Este aumento reflete a crescente dependência das universidades em relação a esse tipo de financiamento.
# Utilização e Desafios
As emendas são utilizadas para uma variedade de finalidades, desde o financiamento de projetos de pesquisa até a manutenção de prédios e a construção de infraestrutura, como laboratórios. No entanto, o uso dessas emendas apresenta desafios. Muitas vezes, os recursos são incertos e podem cessar de um ano para outro, o que dificulta o planejamento de longo prazo. Além disso, o uso das emendas não deve ofuscar a necessidade de políticas públicas orçamentárias com previsibilidade.
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# A Dependência e a Gestão
A crescente dependência das universidades em relação às emendas parlamentares tem gerado debates entre especialistas. A cientista política Mayra Goulart da Silva, coordenadora do Observatório do Conhecimento, destaca que as emendas não resolvem os problemas das universidades, que expandiram suas matrículas e incluem alunos pelas ações afirmativas. A utilização dessas emendas também pode comprometer a autonomia das instituições, uma vez que elas se tornam mais vulneráveis aos interesses políticos.
# Estratégias e Articulação
Para mitigar esses desafios, as universidades têm buscado estratégias de articulação com os parlamentares. A UFT (Universidade Federal do Tocantins), por exemplo, desenvolve um portfólio de ações para apresentar aos parlamentares, aproveitando a proximidade entre a universidade e a bancada federal. Da mesma forma, a Faac-Unesp (Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design da Universidade Estadual Paulista), campus de Bauru, busca parcerias com deputadas estaduais que apoiam causas raciais.
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# Conclusão
Em suma, as emendas parlamentares representam um mecanismo complexo e multifacetado para as universidades federais. Embora possam ser uma fonte de recursos importante, é fundamental que as instituições adotem estratégias de gestão e articulação que garantam a sustentabilidade e a autonomia do sistema de ensino superior. O futuro das universidades brasileiras depende, em grande parte, da capacidade de equilibrar a busca por recursos com a necessidade de políticas públicas sólidas e de planejamento de longo prazo.
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.












