Estudo aponta que secas diminuíram a quantidade de árvores na Amazônia

Uma pesquisa publicada na revista Science indicou que as secas diminuíram o número de árvores na Amazônia. A investigação, divulgada na quinta-feira (31), mostrou que árvores do bioma registraram, nos anéis de crescimento, os efeitos de secas intensas ocorridas ao longo do último século.

Para a elaboração do trabalho, foram reunidos dados de mais de 10 mil árvores em regiões tropicais de todos os continentes, com o objetivo de investigar os efeitos da seca sobre o crescimento dos troncos.

Uma equipe de cientistas analisou 483 cronologias de anéis de árvores tropicais de diversos continentes. A conclusão foi baseada na análise de 150 pesquisadores de 124 instituições, das quais 17 eram brasileiras.

Na Amazônia, os dados revelaram que, apesar da resiliência da maioria das árvores, as secas severas provocaram diminuições superiores a 10% no crescimento em determinadas situações. O estudo aponta que, em média, o crescimento do tronco recua 2,5% nos anos mais áridos desde 1930.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, financiadora da pesquisa, constatou a recuperação do crescimento após as secas severas, inclusive em regiões de clima mais quente, como a Caatinga brasileira.

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De acordo com informações da fundação, a intensa seca que afeta o crescimento das árvores não implica, necessariamente, que as chuvas anuais na Amazônia estejam diminuindo.

O biólogo Peter Groenendijk, da Universidade Estadual de Campinas, alerta que, caso essa tendência se intensifique com as mudanças climáticas, a mortalidade das árvores e as emissões de gases de efeito estufa podem aumentar.

Pesquisadores apontam que, apesar da resiliência observada nas árvores tropicais até o presente, o aumento da frequência e da intensidade das secas pode afetar o potencial das florestas tropicais na captura de carbono. Ademais, essas florestas desempenham um papel crucial na regulação do clima, influenciando diretamente a variação anual no balanço de carbono do planeta.

Sob a supervisão de Beto Souza.

Fonte por: CNN Brasil