Estudo aponta que a pós-graduação ainda é concentrada em brancos

Estudo do CGEE divulgado em evento da SBPC, em Recife.

16/07/2025 11:53

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Estudo aponta que a pós-graduação ainda é concentrada em brancos
(Imagem de reprodução da internet).

Entre 1996 e 2021, cerca de 49,5% dos títulos de mestrado e 57,8% das teses de doutorado foram conquistados por indivíduos brancos. Embora representem a maioria da população brasileira (55,5%, segundo o Censo de 2022), a população negra é minoritária nos cursos de pós-graduação stricto sensu.

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Pretos representam 4,1% dos mestres e 3,4% dos doutores, enquanto pardos somam 16,7% e 14,9%, respectivamente. Indígenas correspondem a apenas 0,23% das titulações de mestrado e 0,3% das de doutorado no período.

Ademais dos resultados consolidados entre 1996 e 2021, a manifestação da desigualdade também é evidenciada pelo CGEE: “em 2021, constata-se que havia 38,9 mestres brancos por 100 mil habitantes, enquanto havia 21,4 entre pretos, 16,1 entre pardos e 16 entre indígenas”. A disparidade é ainda mais relevante no doutorado: brancos representavam 14,5 por 100 mil habitantes, em comparação com cerca de 5 por 100 mil para pretos, pardos e indígenas.

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As desigualdades persistem no mercado de trabalho, após a conclusão dos cursos, entre aqueles que possuem a mesma titulação. “Os brancos ainda concentram a maior parte dos vínculos empregatícios”, assim como permanecem as diferenças de remuneração. “Em 2021, os mestres pretos recebiam, em média, 13,6% a menos que os mestres brancos. Entre os doutores, a diferença foi de 6,4%.”

Ao analisar a remuneração, identifica-se uma desvantagem expressiva, com salários inferiores aos da população branca, considerada referência devido às maiores remunerações entre mestres e doutores, conforme acrescenta em nota coordenadora do estudo Sofia Daher, assessora técnica do CGEE e analista em ciência e tecnologia.

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A pesquisa sobre diversidade racial será apresentada nesta terça-feira (15) na 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre em Recife (PE).

Fonte por: Brasil de Fato

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.