A indústria do entretenimento manifestou críticas à Casa Branca em razão da ABC que suspendeu o programa de Jimmy Kimmel na quarta-feira (17). A medida foi tomada em resposta a pressões do governo de Donald Trump decorrentes de declarações do comediante sobre o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk.
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A emissora de propriedade da Walt Disney anunciou a suspensão indefinida de “Jimmy Kimmel Live” após uma afiliada declarar intenção de substituí-lo e o principal órgão regulador de comunicações do país ameaçar investigações em razão das declarações do apresentador.
O apresentador do programa noturno, um crítico frequente de Trump, indicou em seu monólogo na segunda-feira (15) que os associados de Kirk estavam utilizando sua morte para “obter vantagens políticas”.
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As entidades sindicais dos roteiristas e atores declararam que a determinação se assemelhava a um ataque aos direitos à liberdade de expressão assegurados pela Constituição, sustentando que a ABC não deveria ter consentido com a pressão do governo dos Estados Unidos.
A interrupção do programa de Kimmel representou a mais recente medida contra indivíduos da mídia, profissionais acadêmicos, professores e empregados de empresas, em decorrência de declarações sobre Kirk, ocorrido há uma semana em Utah, com o assassinato de um ativista de 31 anos.
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O acordo que firmamos – por mais doloroso que às vezes seja – é o reconhecimento da liberdade para discordar, afirmaram o Sindicato dos Roteiristas da América West e o Sindicato dos Roteiristas da América East em uma declaração conjunta.
É lamentável para aqueles no governo que ignoram essa realidade essencial. Em relação aos nossos empregadores, nossas palavras os fortaleceram. O silenciamento enriquece o mundo inteiro.
Um homem de 22 anos é suspeito do assassinato de Kirk, e a razão exata ainda não é conhecida. A morte de Kirk gerou expressões de condolências entre os fãs e, simultaneamente, mobilizou alguns apoiadores importantes da direita para atacar indivíduos que criticavam as opiniões de Kirk ou faziam referências ao seu assassinato.
A Sindicato dos Artistas Cinematográficos e de Televisão (SAG-AFTRA) criticou a suspensão do programa, afirmando que “a decisão de suspender a transmissão do Jimmy Kimmel Live! é o tipo de supressão e retaliação que põe em risco as liberdades de todos”, enquanto o ator Ben Stiller escreveu “isso não está certo” na rede social X.
O ex-presidente Trump ameaçou consistentemente cancelar as licenças das emissoras de televisão e exerceu pressão para que interrompessem a transmissão de conteúdo que ele considerava inadequado. Ele também direcionou sua insatisfação contra a mídia escrita, apresentando uma ação judicial de US$15 bilhões contra o New York Times.
Na quarta-feira (17), o presidente da Comissão Federal de Comunicações, Brendan Carr, solicitou que as emissoras locais interrompessem a transmissão do programa Kimmel, que costuma criticar Trump em seu programa de comédia noturno. Kimmel não se manifestou sobre o assunto.
Fonte por: CNN Brasil
