Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, que foi vítima de feminicídio em abril do ano corrente, recebeu diploma honorário de mestrado pela USP.
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A mulher foi assassinada ao retornar para casa, em Itaquera, na Zona Leste da cidade, com o objetivo de encontrar seu filho de 7 anos que estava sob os cuidados do avô. Ao chegar na estação Itaquera, por volta das 22h, Bruna utilizou seu celular em uma banca de jornal e enviou algumas mensagens ao namorado, sumindo em seguida.
Seu corpo foi encontrado dias depois nos fundos de um estacionamento próximo à FATEC Itaquera.
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A Polícia Civil de São Paulo suspeita que Esteliano José Madureira foi morto pelo Tribunal do Crime do PCC.
Os delegados encarregados da investigação declararam que as circunstâncias do crime — já que a jovem teria sido estuprada — tornam a execução pela facção criminosa a principal hipótese.
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De acordo com as investigações, Esteliano residia em uma comunidade situada a 300 metros do local onde o corpo de Bruna foi encontrado. Ele utilizava drogas e ajudava feirantes a montarem e desmontarem suas bancas na região do metrô Itaquera, onde Bruna chegou na noite em que foi assassinada.
Em memória.
A Universidade de São Paulo organizou o 1º Seminário sobre Feminicídio e Violência Contra as Mulheres, em colaboração entre as Pró-Reitorias de Pós-Graduação e de Inclusão e Pertencimento, e a direção da EACH. O encontro contou com a participação de pesquisadores, estudantes e membros da comunidade para abordar o assunto.
O diretor da unidade, Ricardo Ricci Uvinha, declarou que o evento transcende números, enfatizando que cada situação representa uma tragédia e demonstra as desigualdades de gênero inerentes à sociedade. Ele ressaltou que a iniciativa visa converter o saber acadêmico em políticas públicas e medidas práticas, promovendo o debate entre a universidade e a comunidade.
A Bruna se destacava não só pela competência acadêmica, como também pela sensibilidade, pela inquietação e pelo desejo de transformação. Para ele, a homenagem foi um ato de memória e de responsabilidade, acrescentando que a trajetória da aluna ecoou entre eles como uma voz que não se cala e que as pesquisas de Bruna, que foram interrompidas, terão continuidade.
Pais da vítima receberam a graduação.
A vice-reitora da USP e a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, entregaram o diploma póstumo de Bruna Oliveira da Silva aos pais, Simone da Silva e Florisvaldo Araújo de Oliveira.
Simone recordou a trajetória da filha e ressaltou que Bruna foi assassinada ao defender a segurança das mulheres e a luta contra a desigualdade social.
Ainda acredito que seu impacto permanecerá. Sinto-me imensamente grato e orguloso, pois minha filha seguiu seus princípios e desafiou qualquer oposição.
Sob a supervisão de Carolina Figueiredo.
Fonte por: CNN Brasil