Estreito de Ormuz: região vital para o petróleo enfrenta ameaças devido a conflitos
A região do Golfo Pérsico conecta-se ao Mar de Omã, sendo crucial para o transporte de produtos originários de nações como Arábia Saudita, Iraque e Irã.

Esta semana, o Irã ameaçou fechar o Estreito de Ormuz, uma das vias marítimas mais importantes do mundo, através da qual transita aproximadamente 20% do petróleo mundial consumido.
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O Estreito, que conecta o Golfo Pérsico ao Mar de Omã, é fundamental para o desvio da produção de nações como Arábia Saudita, Iraque, Irã, Emirados Árabes, Catar e Kuwait.
O aumento recente das tensões foi impulsionado pelo apoio do Ocidente, notadamente dos Estados Unidos, a Israel e pelo endurecimento das sanções contra Teerã.
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A possibilidade de encerramento, ainda que não se materialize, já é suficiente para gerar volatilidade nos mercados e reativar discussões sobre alternativas logísticas e fontes de energia menos dependentes da região.
Com essa ação, o valor da gasolina subiu rapidamente a partir da última sexta-feira (13), com o começo das operações. No primeiro dia de confronto, o aumento atingiu 8%.
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Desde então, o barril do tipo Brent, referência global, aumentou 13,5%, de US$ 69,36 na quinta-feira (12) para US$ 78,74 nesta quinta (19). Já o WTI, utilizado como referência nos Estados Unidos, subiu 10,9%, de US$ 66,64 para US$ 73,88 no mesmo período.
Apesar do Irã frequentemente empregar a ameaça de fechamento do Estreito como instrumento de pressão diplomática, especialistas advertem que um bloqueio real causaria impacto imediato nos preços do petróleo e na segurança energética mundial.
Para Marcelo de Assis, sócio da consultoria MA2 Energy, a situação ainda não é crítica, mas o envolvimento dos EUA, ou qualquer outro país, certamente pode influenciar Teerã a fechar o estreito, o que também afeta as exportações de gás natural liquefeito.
Os preços do petróleo poderiam subir até US$ 120 por barril. Até então, os valores se mantiveram na faixa de US$ 70 a US$ 75 devido à demanda aquemada, influenciada pela disputa comercial, mas um fechamento de Ormuz geraria um impacto imediato na oferta.
Contudo, espera-se que o Irã não realize uma interrupção total. Ressalva-se que o país também depende da exportação de petróleo pelo Estreito, além de correr o risco de sanções severas.
Adicionalmente ao petróleo, a Passagem de Ormuz é essencial para o transporte de gás natural liquefeito (GNL), notadamente do Catar, principal exportador mundial.
Um possível bloqueio, mesmo que limitado, também afetaria a disponibilidade de energia na Europa e na Ásia, elevando os custos de transporte e possivelmente alterando as rotas comerciais.
O Estreito de Ormuz possui apenas 39 km de largura em seu ponto mais estreito, apresentando canais de navegação que suportam tráfego bidirecional, porém, são altamente vulneráveis a bloqueios navais, minas ou ataques por drones.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.