“Estreia de ‘Salve Rosa’: Filme de Susanna Lira aborda exploração infantil nas redes sociais”

“Salve Rosa”, dirigido por Susanna Lira, estreia nos cinemas brasileiros, abordando a exploração de crianças nas redes sociais através da história de Rosa, interpretada por Klara Castanho

30/10/2025 13:39

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(Imagem de reprodução da internet).

Estreia de “Salve Rosa” nos cinemas brasileiros

O filme “Salve Rosa”, dirigido por Susanna Lira, estreou recentemente nas salas de cinema do Brasil. A produção aborda a exploração de crianças nas redes sociais, acompanhando a história de Rosa, uma influenciadora mirim de 13 anos, interpretada pela atriz Klara Castanho.

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A vida virtual de Rosa contrasta com a realidade de abusos e pressões que enfrenta ao lado de sua mãe, papel interpretado por Karine Teles.

Em entrevista à Rádio Brasil de Fato, Lira comentou que o longa surgiu da percepção de uma falta de proteção para as crianças no ambiente digital. “Atualmente, ao trabalhar com uma criança no audiovisual, existem regras e avaliações psicológicas, além da exigência de que 80% do salário seja destinado a uma poupança.

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No entanto, nas redes sociais, não há limites”, destacou.

Impactos da exploração digital

A diretora alertou sobre a ausência de controle nas plataformas digitais em relação à carga de trabalho e ao impacto psicológico das crianças. “Uma criança pode trabalhar 24 horas por dia, se os pais decidirem. Isso não sexualiza o corpo, mas impõe uma responsabilidade inadequada para a idade”, explicou.

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Segundo Lira, a alta monetização nas redes sociais agrava a situação. “A família inteira pode deixar seus empregos e essa criança se torna o sustento da casa, o que caracteriza uma exploração disfarçada de sucesso”, criticou. Para a cineasta, a discussão sobre trabalho infantil digital é essencial. “Quando pedimos regulação, não estamos falando de censura, mas de regulamentar o que ocorre nesse ambiente”, afirmou.

Reflexão sobre o consumo de conteúdo infantil

Lira também enfatizou a necessidade de um olhar crítico sobre o consumo de conteúdo infantil na internet. “Antes de fazer o filme, eu gostava de ver crianças e animais na internet, mas percebi que estava contribuindo para algo que eu desconhecia.

Quando vemos uma criança com milhões de seguidores, há uma rede financeira por trás disso. É fundamental refletir sobre o que consumimos”, contou.

Klara Castanho, premiada no Festival do Rio, dá vida à jovem Rosa, que gerencia o canal “Brincando com Rosa”. Lira elogiou a atuação de Karine e Klara, destacando que a relação entre as duas evolui à medida que contratos e dinheiro surgem, até que Rosa descobre um segredo relacionado à ganância e à preservação da infância na internet.

Mensagem final da diretora

A diretora concluiu com uma mensagem ao público. “Salve Rosa está em exibição em várias cidades. Quanto mais pessoas assistirem, mais tempo o filme permanecerá em cartaz. É um manifesto político manter uma obra com essa discussão em exibição.

O cinema pode ser uma ferramenta de luta e reflexão sobre questões urgentes”, defendeu.

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.