Estela Ceregatti revela aspectos sobre Mato Grosso e celebra as mulheres em “Do Rio para o Mar”
A artista ressalta a importância da música como forma de expressão de questões ambientais e sociais.
A artista Estela Ceregatti vinculou seu terceiro álbum — o primeiro solo de sua trajetória — a um elemento natural. Com Ar (2017), ela iniciou uma coleção relacionada ao mundo natural.
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Em 2022, foram lançados dois álbuns relacionados ao elemento terra: Cacica e Terra Força Mulher, projetos que também celebravam as forças femininas da região onde residiam. O primeiro é uma homenagem à primeira cacique brasileira, Carolina Rewaptu, do povo Xavante, de Mato Grosso – a iniciativa incluía um documentário e uma exposição fotográfica.
Atualmente, lança Do Rio para o Mar, projeto exclusivo do Centro-Oeste reconhecido pelo edital Funarte Retomada.
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“Essa relação dos elementos se dá de forma muito natural”, declarou, em entrevista à CartaCapital. Nascida em Cuiabá, ela diz que pouco se sabe sobre a cultura local além do agronegócio.
Ceregatti, doutoranda em Antropologia Social, considera um grande desafio a busca por revelar a essência de Mato Grosso, valorizando a natureza da região e dando destaque à participação feminina.
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“Sou uma mulher que fala, uma mulher de Cuiabá, de onde pouco se divulga. A incorporação é difícil e percorrer essa distância de empoderamento feminino é um desafio.”
Do Rio para o Mar apresenta onze faixas, sendo que apenas uma não é inédita: “Na Chapada” (Tetê Espindola e Carlos Rennó), que celebra a imponente Chapada dos Guimarães.
A obra combina canções que celebram a natureza (rio e mar) e o Mato Grosso, elaboradas por Estela Ceregatti com Dani Paula, Simone Ceregatti, Jhoana Ceregatti (sua filha), Nathally Sena, Pacha Ana e Cris Chaves. A produção musical é de André Magalhães e Jhan Stuart.
Busquei nessas músicas apresentar a voz feminina. As vozes femininas entreagem esse trabalho. É um compromisso que tenho com a equidade.
O disco incorpora ainda os timbres e ritmos do Mato Grosso. O mocho, tambor quadrado típico da região, parecido com um banco e tocado com baquetas, se destaca na sonoridade. A cantora considera esse instrumento como um símbolo em seu trabalho.
Estela Ceregatti mantêm na sua nova gravação a sensibilidade pulsante, como a arte deveria ser.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.












