O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, na terça-feira 9, as ações de preservação da Amazônia por parte do governo brasileiro. Ele assinou, em cerimônia em Manaus, a implementação do Programa “União com Municípios” para a redução do desmatamento e incêndios florestais.
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O programa conta com um investimento de R$ 150 milhões, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).
O presidente Lula criticou nações estrangeiras que atuaram na região. “Nós estamos salvaguardando o que eles não protegeram. O Brasil continua sendo o País com a maior quantidade de floresta do mundo. Portanto, esse país precisa ser respeitado.”
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Não precisamos de ninguém intervindo em nosso País. Cada um cuida do seu interesse. Ressaltou.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que o presidente Donald Trump não hesitará em empregar meios militares contra o Brasil e outros países em prol da liberdade de expressão global.
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A busca pela verdade
O presidente declarou que a Conferência do Clima COP30, a ser realizada em Belém, em novembro, representará um evento que estabelecerá a “verdade” para diferenciar aqueles que acreditam na ciência de quem se comporta como negacionista.
“Esta Conferência será a COP da verdade. Veremos quem acredita na ciência ou quem quer continuar mentindo”, declarou Lula, enfatizando as evidências das mudanças climáticas em escala global.
Colaboração com administrações municipais
Lula argumentou sobre a importância de todos os níveis de governo se unirem no enfrentamento da devastação e das mudanças climáticas. Especificamente, conforme o plano, a colaboração deve ser realizada com as prefeituras.
O presidente declarou que a solução ideal é direcionar recursos para que os prefeitos tenham acesso às condições básicas necessárias para administrar [o meio ambiente]. Pelo menos 70 municípios da região se comprometeram com o plano.
O presidente afirmou que o prefeito não é nosso inimigo, mas sim nosso principal aliado na cidade, a fim de evitar enganos e erros que ocorreram.
O presidente destacou a necessidade de destravar os recursos do Fundo Amazônia, gerenciado pelo BNDES.
Lula defendeu que a Amazônia deve ser explorada com responsabilidade. “Acreditamos que ela deve ser explorada de maneira adequada, retirando o que pode ser retirado, repondo o que precisa ser reposto.”
Não é causa perdida. Na cerimônia de assinatura do programa União com Municípios, o indigenista e filósofo Egydio Schwade ressaltou que serão necessários novos paradigmas na relação do ser humano com a natureza, e também com as populações tradicionais.
Lembro-me de que, na juventude, optei por trabalhar com os povos indígenas e todos diziam que seria uma causa perdida. Atualmente, ninguém mais tem coragem de afirmar isso. A partir dessas causas perdidas realmente surgirão mudanças.
Investimento
O presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, criticou a ausência de investimentos do governo anterior na região. “Eles não tinham nenhum compromisso com essa agenda. Nós já liberamos mais de R$ 2,5 bilhões.”
Esses recursos abrangem o suporte às comunidades indígenas e quilombolas, para a demarcação de terras, para o cadastro rural e para a agricultura familiar.
A ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) afirmou que o governo retomou os investimentos do Fundo Amazônia e com o compromisso de zerar o desmatamento até 2030.
Estamos implementando uma ação concentrada nos municípios. Nosso objetivo é alcançar o desmatamento zero até 2030. Já obtivemos uma redução do desmatamento de 46% nos dois primeiros anos do governo, afirmou a ministra.
Situação crítica
Em sua fala, o presidente mencionou o processo no Supremo Tribunal Federal em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado. Lula avaliou que o país atravessa um momento delicado.
Ele reconhece as falhas que cometeu (…). Esses indivíduos tiveram a audácia de enviar pessoas para os Estados Unidos a fim de criticar o Brasil e a condenar o Brasil, criticou Lula.
Ao público presente no auditório da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Lula afirmou que Bolsonaro tentou instaurar um golpe de Estado e relembrou a crise vivenciada por Manaus durante a pandemia de Covid-19, com a escassez de respiradores. “Ele não trouxe sequer oxigênio para Manaus, quando essa cidade estava vendo muitas pessoas morrerem”.
Fonte por: Carta Capital