Estados Unidos iniciarão envio de correspondências relativas a tarifas para 100 países após o término de um período de 90 dias
Secretário do Tesouro declara que nações serão informadas sobre as novas tarifas comerciais, ao mesmo tempo em que a administração Trump finaliza o perí…

O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessem, anunciou que correspondências sobre tarifas serão enviadas a aproximadamente 100 países nas próximas semanas, após o encerramento do intervalo de 90 dias nas taxas da administração Trump, ocorrido nesta quarta-feira (9).
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“Se não houver progresso, então em 1º de agosto você retornará ao seu nível salarial de 2 de abril”, declarou Bessent sobre os parceiros comerciais neste domingo (6) no programa “State of the Union with Dana Bash”, da CNN.
O presidente Donald Trump propôs que as cartas contivessem impostos sobre a base tarifária atual de 10%, podendo atingir até 70%. Bessent afirmou no domingo que os Estados Unidos não aplicariam tarifas de 70% aos principais parceiros comerciais.
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Bessent declarou que aproximadamente 100 cartas serão enviadas a países pequenos, onde não temos muito comércio, muitos dos quais já estão na linha de base de 10%.
Trump defendeu, na sexta-feira (4), que as cartas são a melhor opção para países que não conseguirem negociar acordos antes do dia 9 de julho.
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Em 9 de abril, Trump anunciou uma suspensão total de três meses em todas as tarifas “recíprocas” após afirmar que as tarifas historicamente elevadas permaneceriam. Na mesma data, ele declarou à revista Time que já havia finalizado 200 acordos comerciais, sem especificar os parceiros envolvidos.
Até o momento, Trump firmou acordos com três países: o Reino Unido, que estabeleceu uma taxa tarifária de 10%; a China, que suspendeu temporariamente as tarifas de 145% sobre a maioria dos produtos para 30%; e um imposto mínimo de 20% sobre produtos do Vietnã.
Bessent afirmou que as próximas cartas “estabelecem suas tarifas”, após descrever os três acordos como “estruturas”. Adicionalmente, informou que 100 serão concluídas nos próximos dias.
“Muitos desses países nunca sequer nos contactaram”, disse ele, acrescentando que “Temos a vantagem nesta situação”, como país que enfrenta um déficit comercial.
Bessent afirmou que podem existir grandes anúncios nesta semana, embora não tenha especificado os países que poderiam assinar acordos.
Bessent contestou a data de 1º de agosto, propondo-a como novo prazo. Ele também detalhou o plano da administração como aplicação de “máxima pressão”.
“Não se trata de um novo prazo. Estamos dizendo: “Se isso vai acontecer”. Se quiser acelerar as coisas, fique à vontade. Se quiser voltar à taxa antiga, essa é sua escolha”, disse Bessent sobre os parceiros comerciais americanos, e usou a União Europeia como exemplo de países que vieram à mesa de negociações após que Trump ameaçou tarifas de 50% sobre importações da UE.
Especialistas apontaram que a disputa comercial iniciada por Trump, com as tarifas elevadas sobre importações chinesas, elevará os preços para os consumidores. Diversas empresas, como a Walmart, anunciaram o aumento de seus preços diante da oposição do presidente.
“Não observamos nenhuma inflação até agora”, declarou Bessent em “Fox News Sunday”, classificando tais projeções como “desinformação” e “síndrome do descontrole tarifário”.
Bessent e outros colaboradores de Trump haviam argumentado consistentemente nos últimos meses que nações como a China suportariam o ônus das tarifas.
O aumento da inflação no atacado dos EUA em maio foi leve, motivado em parte por produtos mais caros, ainda que os impactos das tarifas tenham sido significativamente reduzidos.
O Índice de Preços ao Produtor (PPI), sigla em inglês, indicou que os preços pagos aos produtores aumentaram 0,1% em maio, elevando a taxa anual para 2,6%, conforme dados do Departamento do Trabalho divulgados em junho.
O ex-secretário do Tesouro Larry Summers afirmou, no domingo, no programa “This Week” da ABC, que as tarifas “provavelmente não arrecadarão receita”, mas adviriam “à custa de maior inflação e menor competitividade para os produtores americanos”.
Além disso, em “This Week”, Stephen Miran, presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, afirmou que não havia “evidência duradoura” de que as tarifas impostas à China durante o primeiro mandato de Trump prejudicaram a economia e a administração apenas “repetiu o mesmo desempenho” este ano.
A receita tarifária está entrando. Não há sinal de qualquer inflação economicamente significativa e a criação de empregos continua saudável, afirmou Miran.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.