Estados Unidos anunciam novas sanções a Cuba em meio a crescentes tensões diplomáticas

Sanções dos EUA atingem autoridades cubanas, restringem vistos e afetam hotéis ligados ao turismo na ilha caribenha.

15/07/2025 12:27

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Estados Unidos anunciam novas sanções a Cuba em meio a crescentes tensões diplomáticas
(Imagem de reprodução da internet).

Na sexta-feira (11), o Departamento de Estado dos EUA anunciou novas sanções contra Cuba. As medidas ocorreram em um cenário tenso, após o Presidente Donald Trump assinar uma Memoranda Presidencial de Segurança Nacional (NSPM) em 30 de junho, reforçando a política de hostilidade de Washington em relação à ilha caribenha.

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De acordo com uma declaração emitida pelo Departamento de Estado, as sanções consistem na imposição de restrições de visto ao Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel; ao seu Ministro de Defesa, Álvaro López Miera; ao Ministro do Interior, Lázaro Alberto Álvarez Casas; e a seus familiares imediatos.

Durante o primeiro mandato de Donald Trump, medidas semelhantes foram aplicadas ao então Presidente Raúl Castro.

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As novas sanções podem afetar a participação de Miguel Díaz-Canel na Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorrerá em Nova York.

Apesar das repercussões internacionais, essas sanções são impostas de forma unilateral pelo Departamento de Estado dos EUA, sem consultar quaisquer organizações multilaterais. A medida se baseia em uma disposição da Lei Orçamentária do Departamento de Estado para o ano fiscal de 2025, que exige que o governo dos EUA compile uma lista de funcionários estrangeiros acusados de corrupção ou repressão política, desde que haja evidências concretas.

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A justificativa oficial da Casa Branca é que os três funcionários cubanos estavam envolvidos em “serias violações de direitos humanos”. Como parte do mesmo pacote de sanções, os Estados Unidos ampliaram as restrições de visto para funcionários do sistema judicial e prisional cubano, que foram designados por seu suposto envolvimento nas prisões arbitrárias de manifestantes.

Ademais, foram incluídas 11 acomodações na lista de “propriedades restritas” – hotéis ou locais de hospedagem nos quais cidadãos americanos são proibidos de se hospedar. Entre eles, está o recentemente inaugurado Hotel Torre K, com 42 andares em Havana, considerado um dos projetos turísticos mais ambiciosos de Cuba.

De acordo com a Casa Branca, esses hotéis estão ligados ao Grupo de Administração Empresarial (GAESA, em espanhol), uma empresa estatal controlada pelas Forças Armadas Revolucionárias. Segundo o governo dos Estados Unidos, as sanções visam impedir que recursos de cidadãos ou empresas americanas cheguem ao governo cubano.

As medidas são adicionais a uma campanha mais ampla com o objetivo de diminuir o turismo na ilha. Como parte desta estratégia, o governo dos Estados Unidos tem negado sistematicamente vistos a nacionais de países terceiros interessados em visitar Cuba.

O turismo é uma das principais fontes de moeda estrangeira para o Estado cubano, que viabiliza investimentos sociais, como subsídios para alimentação, saúde e educação. O ataque sistemático de Washington ao setor turístico cubano visa enfraquecer a capacidade do Estado de manter tais investimentos.

Através das redes sociais, Miguel Díaz-Canel afirmou que o que incomoda os Estados Unidos é a verdadeira independência de Cuba, classificando as novas sanções como uma continuidade da política historicamente hostil de Washington contra Havana.

O que incomoda os Estados Unidos em Cuba é sua verdadeira independência: o fato de que as corporações transnacionais não governam aqui. Temos saúde e educação gratuitas e não pedimos permissão para condenar crimes israelenses e americanos contra o povo palestino.

O anúncio de sanções contra o Cuba ocorreu simultaneamente com a notícia de demissões em massa no Departamento de Estado. Na sexta-feira (11), foi confirmado que a administração Trump continuaria demitindo mais de 1.300 funcionários do Estado, como parte de um plano de corte de custos da Casa Branca. A medida foi tomada após a suspensão de um embargo temporário imposto por um tribunal inferior, o que permitiu que as demissões prosseguissem. Segundo a imprensa local, muitos dos afetados receberam notificações por e-mail, sem maiores explicações.

Fonte por: Brasil de Fato

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.