O neurologista José Luiz Pedroso, professor-titular de Neurologia da Unifesp, afirmou, em entrevista ao CNN Sinais Vitais, que a cefaleia em salvas é uma das condições neurológicas mais intrigantes, sendo caracterizada por sua natureza cíclica e sazonal, manifestando-se em períodos específicos de crises seguidas por intervalos sem sintomas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A condição afeta principalmente homens adultos com idades entre 25 e 40 anos, apresentando episódios de dor que variam de 30 a 180 minutos. Uma característica notável dessa cefaleia é sua ocorrência noturna, sendo também chamada de “cefaleia do despertador” por causa de seu efeito em acordar os pacientes durante o sono.
Os sinais característicos da cefaleia em salvas compreendem os fenômenos autonômicos, como vermelhidão ocular, lacrimejamento, secreção nasal e inchaço ocular. Embora seja considerada uma dor de cabeça primária, sem causa específica identificável, seu tratamento se distingue do protocolo empregado para enxaqueca.
LEIA TAMBÉM!
O tratamento agudo dessa condição apresenta uma particularidade relevante: a administração de oxigênio. Pacientes que chegam à emergência com crises podem demonstrar melhora considerável após sessões de inalação de oxigênio.
O neurologista Carlos Eduardo Altieri, do Hospital Sírio-Libanês, destaca que a intensidade da dor é tão severa que, historicamente, a condição já foi associada a comportamentos extremos. No século XIX, existem registros de pacientes que, em desespero devido à intensidade da dor, chegavam a bater a cabeça contra paredes, sendo notórios casos que resultaram em hemorragia cerebral.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fonte por: CNN Brasil