Especialistas consideram o BRICS uma aliança cada vez mais contrária ao Ocidente

A expansão do bloco e as ausências dificultam as discussões sobre guerra e economia.

05/07/2025 2:41

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Especialistas consideram o BRICS uma aliança cada vez mais contrária ao Ocidente
(Imagem de reprodução da internet).

O Brasil recebe as autoridades dos países membros do Brics para a Cúpula do bloco neste domingo (6) e segunda-feira (7). A reunião de 2025, contudo, apresenta ausências importantes, como a dos líderes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin.

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Isso revela uma vulnerabilidade que o segmento de jovens enfrenta, conforme observado pelos especialistas ouvidos pelo WW.

Considerar-se protagonista parece difícil. É uma aliança cada vez mais anti-Ocidente, e com mais entraves, mais difícil ficam as possibilidades de reformular as antigas instituições, pondera Roberto Dumas, professor de economia chinesa do Insper, que atuou no NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), o banco dos BRICS, em Xangai, entre 2016 e 2017.

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Com as ausências, os especialistas já veem uma dificuldade no Brics em pautar e tomar decisões sobre assuntos de maior relevância, como os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia.

Ademais, Cristiano Noronha, cientista político e vice-presidente da consultoria Arko Advice, recorda acerca da perda de credibilidade de quem atualmente lidera o grupo.

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A reunião do BRICS acontece na semana em que a [revista britânica] The Economist discute a fragilidade do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva]. Noronha afirma que Lula tenta usar o BRICS como projeção mundial, mas não consegue disso.

Na última segunda-feira (29), a mídia britânica estimou que o petista está perdendo influência no exterior, com seus parceiros deixando de lhe dar atenção e com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Argentina, Javier Milei, como rivais.

Para o cientista político, atualmente a função do BRICS é primordialmente atender aos interesses da China, principalmente após as adições realizadas ao bloco em 2023, com a inclusão de Irã, Etiópia, Egito, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.

À medida que o BRICS se expande, sua capacidade de propor reformas no sistema financeiro internacional diminui, conforme afirma Dumas.

A situação se agrava ainda mais para os especialistas quando o grupo se aproxima de países como o Irã e continua tentando se apresentar como um conjunto oposto a extremismos, afirmando não adotar um discurso anti-ocidental.

Enquanto isso, Lula mantém a defesa da criação de uma moeda comum para as negociações entre os membros do bloco. Contudo, o professor de economia considera o debate “uma brincadeira”, destacando a baixa aceitação das moedas dos países do BRICS e enfatizando que ainda há “um tempo muito longo até se consolidar uma moeda que não seja o dólar”.

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Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.