Especialista alerta que o conflito Israel x Irã não deve se agravar

Guinter Rudzit, da ESPM, declara que a influência dos Estados Unidos contribui para dificultar a redução da produção de petróleo.

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(Imagem de reprodução da internet).

Gunther Rudzit, de 57 anos, professor de Relações Internacionais da ESPM em São Paulo, declarou neste sábado (14.jun.2025) que é improvável que o conflito entre Israel e Irã se agrave. Israel atacou na quinta-feira (12.jun) com mísseis e drones instalações militares do Irã. O país respondeu com drones e mísseis desde a sexta-feira (13.jun).

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Rudzit afirmou que existe preocupação do governo de Donald Trump (republicano) nos EUA, principal país aliado de Israel, em evitar forte alta do preço do petróleo, o que geraria maior inflação e menor crescimento econômico global. “Israel não atacou nenhuma refinaria ou porto de exportação de petróleo. Certamente, foi um pedido do presidente Trump”, declarou.

A China, a segunda maior economia global, também se preocupa com um forte aumento no preço do petróleo na avaliação do Rudzit. Após o ataque de Israel na quinta-feira (12.jun), o barril de petróleo subiu 12%, atingindo US$ 78. Ele se aproximou de US$ 80 pela primeira vez desde janeiro de 2025. No entanto, na sexta-feira (13.jun) estava em US$ 74, segundo dados da Investing.

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O Israel busca, por meio de ataques a alvos militares no Irã, evitar que o país possua capacidade de produzir armas nucleares. A Agência Internacional de Energia Atômica informou que o Irã infringiu compromissos de não proliferação nuclear.

Segundo Rudzit, o Irã possui 408 kg de urânio que podem ser enriquecidos em 3 a 6 semanas para a produção de até 12 bombas nucleares. “Israel tem o território equivalente ao Estado de Sergipe. Imagine se o Irã lançasse 12 bombas em um território desse tamanho. É realmente uma ameaça à existência de Israel”, disse Rudzit.

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Conflito persistente.

Mesmo que o confronto não se agrave, Rudzit afirmou que deve ser mantido. As usinas nucleares do Irã são localizadas em montanhas de difícil acesso. Israel não possui armas capazes de destruí-las rapidamente. Será necessário realizar muitos ataques com tal objetivo. Os Estados Unidos têm capacidade de destruir essas instalações de maneira mais rápida. Contudo, segundo o especialista, não se envolverão no conflito.

O professor da ESPM declarou que evitar o aumento da capacidade nuclear do Irã também interessa à China e à Rússia. Os dois países possuem arsenais nucleares e não desejam a proliferação desse tipo de armamento porque comprometeria seu poder militar relativo. Apesar disso, o governo russo afirmou que o ataque de Israel ao Irã foi “sem motivo” por meio de nota. “As narrativas são por conveniência”, afirmou Rudzit.

O governo brasileiro classificou o ataque de Israel como “clara violação” da soberania do Irã e ao direito internacional. Rudzit criticou a declaração por não mencionar violações do Irã. Ele apontou o contraste em relação à Guerra da Ucrânia. Em abril de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia afirmado que os dois países tinham responsabilidade pelo conflito.

Rudzit afirmou que “é interessante que o governo brasileiro não tenha feito a mesma comparação que fez com a Ucrânia. Na Ucrânia, disse que ambos foram culpados, aqui é só Israel. As ações iranianas, o programa nuclear, isso não teve problema nenhum”.

O aumento do petróleo, mesmo que discreto, evitará que a Petrobras diminua os preços dos combustíveis, declarou Rudzit.

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.

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