Escaramuza: A Beleza e os Desafios das Cowgirls no Esporte Equestre Feminino

Descubra o fascinante mundo das cowgirls na escaramuza, um esporte equestre feminino que une tradição, superação e luta por igualdade nas competições.

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(Imagem de reprodução da internet).

O que é ser uma cowgirl?

A pergunta sobre como é uma cowgirl pode trazer à mente imagens de camisas xadrez, chapéus Stetson e calças jeans. No entanto, no contexto da escaramuza, um esporte equestre feminino originário do México, a resposta é diferente. Antes de cada competição, as equipes se organizam para medir seus uniformes, seguindo diretrizes rigorosas.

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Os vestidos vitorianos, frequentemente em cores vibrantes e adornados com renda, devem ser longos o suficiente para cobrir a garupa dos cavalos. Brilhos e miçangas são proibidos, e todos os acessórios, desde brincos até broches, precisam combinar.

As botas também devem ser idênticas entre as integrantes da equipe. Sob os vestidos, é necessário usar anáguas e bloomers, que devem estar perfeitamente passadas. A ausência de qualquer camada pode levar à desclassificação da equipe.

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Rotinas e fotografias

Após a inspeção, essas mulheres, vestidas de forma espetacular, realizam uma rotina sincronizada montando lateralmente. Seus vestidos esvoaçantes criam um espetáculo de cores enquanto galopam pela arena. A fotógrafa Constance Jaeggi dedicou quase dois anos a registrar essas mulheres em diversos estados dos EUA, inicialmente para uma exposição no Museu Nacional da Cowgirl e Hall da Fama, em Fort Worth, Texas, e depois para o livro “Escaramuza: The Poetics of Home”.

O contraste visual entre os cavalos musculosos e as camadas delicadas dos vestidos é admirado no mundo da moda. A ex-estilista da Dior, Maria Grazia Chiuri, se inspirou no traje tradicional da escaramuza, enquanto a Vogue apresentou modelos como Kendal Jenner e Gigi Hadid montadas em cavalos usando vestidos rendados.

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Jaeggi espera que seus retratos vibrantes atraiam o público, levando-os a uma narrativa mais profunda sobre feminismo, imigração e sacrifício pessoal.

Histórias e desafios

Além de fotografar, Jaeggi acompanhou ensaios e jantares com as mulheres, entrevistando-as e compartilhando as conversas com escritoras méxico-americanas. O resultado é uma narrativa que contrasta as imagens serenas com as tensões expressas nas palavras das poetas.

Jaeggi percebeu a importância das histórias orais na narrativa das escaramuzas e se mostrou ciente de sua própria posição como não méxico-americana.

Ela se concentrou nas mulheres que trabalham para estabelecer a escaramuza nos EUA, onde o esporte é considerado elitista no México. As performers que conheceu, em sua maioria imigrantes de primeira ou segunda geração, revelaram uma história de superação, desde a venda de bolos para financiar vestidos até o apoio mútuo nas competições.

Desigualdade e resistência

Jaeggi notou que as discussões sobre imigração geravam hesitação entre as mulheres, muitas das quais eram indocumentadas, especialmente em um clima político difícil. O livro de Jaeggi revela uma corrente de desigualdade, destacando que a escaramuza é uma apresentação dentro da charrería, um esporte nacional do México, onde as mulheres só foram reconhecidas como competidoras em 1992.

Os uniformes masculinos não passam pela mesma rigorosa inspeção que os femininos, refletindo dinâmicas de gênero. As mulheres se esforçam para manter suas tradições, mas enfrentam visões rígidas sobre gênero no esporte. Poemas de Sáenz e Silva abordam a luta contra a misoginia e a pressão social, revelando a complexidade das questões de gênero e feminismo.

Comunidade e futuro

No livro “The Poetics of Home”, orgulho e frustração coexistem, mas todas concordam que a comunidade é essencial. A “irmandade” da escaramuza oferece propósito e pertencimento. As competidoras desejam que a próxima geração veja que, como mulheres, também podem montar a cavalo, algo que foi impensável por muito tempo na charrería.

Jaeggi recorda uma conversa com uma cavaleira que expressou seu desejo de inspirar meninas a se envolverem no esporte. A ideia de mulheres competindo ao lado de homens é uma mudança significativa, refletindo a evolução das tradições e a luta por igualdade dentro da cultura equestre.

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.

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