Erosão costeira: Mar avança, destrói casas e ameaça praias na América Latina
Professor alerta: Fenômeno climático causa destruição de casas no RJ e ameaça praias no Chile, Argentina e Caribe, sem plano nacional.
Erosão Costeira: Uma Crise Global que Ameaça Cidades da América Latina
A erosão costeira representa um grave problema para diversas cidades da América Latina, com impactos devastadores em comunidades e ecossistemas. Cidades como Atafona (RJ), no Brasil, e Reñaca e Algarrobo, no Chile, enfrentam a perda de áreas litorâneas devido a eventos extremos, como ondas gigantes e tempestades cada vez mais intensas.
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Desastres e Perdas
Em Atafona, mais de 500 casas e um prédio foram destruídos em uma área de dois quilômetros nos últimos anos. No Chile, ondas de até 11 metros devastaram a costa central, resultando em cerca de 40 eventos extremos anuais. Esses cenários representam o avanço da erosão costeira, que afeta gravemente cidades da América Latina.
Causas e Impactos
O geógrafo Wagner Ribeiro, professor de pós-graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), explica que a erosão costeira é resultado da combinação entre processos naturais e intervenção humana. “Quando intervimos nesse tipo de dinâmica, as consequências certamente virão. Você pode alterar, por exemplo, o fluxo de maré e a forma de deposição de sedimentos”, alerta.
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Impacto Social e Econômico
Entre os impactos mais graves, Ribeiro destaca o desaparecimento de praias e a destruição e o abandono forçado de residências. “Uma das mais sérias é justamente a penetração do mar em áreas, às vezes, consolidadas com ocupação humana. Você tem que, muitas vezes, abandonar as áreas, não pode mais viver ali porque o mar está chegando com uma grande intensidade”, aponta.
Falta de Planejamento Nacional
O professor também chama atenção para o impacto social do fenômeno. “Quem vive de pesca, por exemplo, vai ver que aquele cardume que passava com frequência não está mais presente naquela áreas; ele desvia”, indica. Em Atafona, a maioria dos cerca de 7.000 habitantes sobrevivem da pesca e do turismo.
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Esforços Técnicos e Monitoramento
Ainda assim, surgem esforços técnicos pontuais. O ProCostaRS, um projeto liderado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi lançado recentemente com o objetivo de prever calamidades climáticas e monitorar a erosão em áreas litorâneas. O sistema pretende antecipar cenários de risco e subsidiar políticas públicas, funcionando como ferramenta estratégica diante do avanço do mar.
Conclusão
A situação exige um planejamento nacional robusto e integrado, como ocorre em outros países, para mitigar os efeitos da erosão costeira e proteger as comunidades e ecossistemas ameaçados. O monitoramento constante e a implementação de soluções inovadoras são cruciais para enfrentar esse desafio global.
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.












