“Entendimento do IOF foi a ‘melhor coisa’ que poderia ocorrer”, afirma Haddad

O ministro da Fazenda, Haddad, declara que os presidentes da Câmara e do Senado estão buscando soluções para a situação atual.

03/06/2025 10:59

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“Entendimento do IOF foi a ‘melhor coisa’ que poderia ocorrer”, afirma Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou na terça-feira (3.jun.2025) que o impasse do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) foi “a melhor coisa que poderia ter acontecido”. Ele afirmou que o Legislativo se uniu ao Executivo para realizar um ajuste fiscal estrutural e solucionar o “quadro herdado” dos governos anteriores.Ele integrou o evento “Os três poderes e a democracia: conflitos e consensos entre as instituições”, promovido pela revista Piauí. Anteriormente, declarou aos jornalistas que as medidas eram robustas e necessitariam da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).Haddad se reuniu na noite de segunda-feira (2 de junho) com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para tratar do assunto. Em 28 de maio, os líderes das Casas legislativas concederam 10 dias para a apresentação de uma alternativa. Na contramão, Motta marcaria para apreciação na sessão plenária da Câmara um PDL (Projeto de Decreto Legislativo) visando revogar o decreto.“O que ocorreu em uma semana foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. E devemos muito isso aos presidentes Hugo Motta e Alcolumbre, porque, quando a crise, assim chamamos, se instalou, o papel que se esperava dos dois presidentes, institucionalmente falando, foi exatamente o papel que eles cumpriram de maneira muito eficaz”, declarou Haddad no evento.O ministro afirmou que Motta e Alcolumbre buscaram uma solução alternativa ao aumento do IOF, que é uma medida temporária.“Diante do cenário que se tenta organizar, herdado dos governos anteriores, porque a deterioração do ambiente fiscal do Brasil tem mais de 10 anos. Chegou um momento em que se quer resolver, mas quer resolver de uma maneira inédita”, disse Haddad.O ministro afirmou que o Executivo e o Legislativo procuram analisar quem deve contribuir para o equilíbrio fiscal, em relação aos mais ricos. “Nunca vi um governo, e eu falo em nome da área econômica, se dispor a fazer um ajuste sem penalizar a população mais vulnerável. Isso não ocorreu no Brasil nos períodos anteriores”, declarou.Haddad afirmou que o país realizará, pela primeira vez, um ajuste que não é “recessivo” e criticou as camadas que “nunca têm vez”. O ministro defendeu que as medidas deveriam ser apoiadas pelos opositores do governo.A forma como o Senado e a Câmara estão lidando com a questão é a mais adequada. E eu fui o primeiro a dizer: “Observo que, entre uma solução paliativa e uma solução estrutural, tenho convicção de que optarei pela solução estrutural”, afirmou Haddad.Na terça-feira, o ministro da Fazenda afirmou que realizará reunião com Lula até o início da tarde para discutir as medidas que substituem o aumento do IOF.O pacote compreende uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), um projeto de lei e, eventualmente, uma MP (medida provisória).Lula disse a Haddad que desejava o assunto solucionado até a terça-feira (3.jun). Ele queria que as coisas se resolvessem na terça-feira, para que ele pudesse viajar [para a França] mais tranquilo, com as questões em ordem. E eu acredito que o plano de voo está bom, até superior ao que fizemos no ano passado. Tem um alcance ainda maior do que fizemos no passado. Do meu ponto de vista, é uma coisa que tem impacto duradouro ao longo do tempo.A ministra afirmou que teve uma “excelente conversa” com os presidentes da Câmara e do Senado. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), o líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o secretário especial de Análise Governamental da Casa Civil, Bruno Moretti, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, também participaram do encontro.“Conseguimos apresentar ponto a ponto do que já havia sido sugerido por alguns parlamentares, dentre os quais os próprios presidentes das duas Casas, com uma estimativa de impacto benéfico nas contas públicas e estrutural”, disse Haddad. “não é uma coisa para resolver em 2025. É uma coisa que tem impacto duradouro ao longo do tempo”, completou.Chegamos a um acordo. Há apenas alguns detalhes a serem definidos. São detalhes muito pequenos. Penso que o plano de voo está bem elaborado. Vamos apresentar a ele todos os pontos hoje, antes da viagem do presidente, disse Haddad.

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Fonte por: Poder 360

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.