Engenharia necessita diversificar o mercado, aponta estudo
Setenta e oito por cento dos profissionais são do sexo masculino e concentrados na região Sudeste; o estudo ainda não mapeia a representação racial do mercado.

A desigualdade de gênero e racial demanda uma análise mais atenta à diversidade na engenharia brasileira, afirmou o presidente do Confea, Vinicius Marchese.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ainda existe uma pequena variedade no setor, e considerando a diversidade do Brasil, heterogêneo, esse é um desafio que deve ser considerado, não apenas na diversificação do público feminino […], mas também na ampliação da diversidade racial, assegurando espaços mais diversos para as pessoas.
De acordo com o “Mini-Censo Confea 2024 – Profissionais com a Palavra” (PDF – 2 Mb), do Confea, aproximadamente 80% dos profissionais registrados no mercado são homens na faixa etária de 43 anos.
De acordo com o censo, 36% das mulheres do setor iniciaram sua trajetória profissional a partir de 2020, com idade média de 38 anos.
Para o presidente, o Programa Mulher, iniciativa do conselho para ampliar a participação feminina no setor, está produzindo resultados. “Observamos essa evolução, acredito que já existe uma ruptura notável, porém ainda há uma grande demanda para atrair todos os públicos para a engenharia”, declarou.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ele também afirma que há um movimento de descentralização dos profissionais da região Sudeste do Brasil, que ainda representa 54% do mercado.
Estamos identificando o crescimento de profissionais de fora do Sudeste, o que é positivo. Observa-se uma descentralização regional, porém essa descentralização não se manifesta quando se analisa o critério de raça.
O estudo pesquisou 48 mil profissionais inscritos no Sistema Confea/Crea e Mútua (Caixa de Assistência dos Profissionais do CREA), abrangendo engenheiros, agrônomos e geocientistas. A publicação dos resultados foi realizada na quarta-feira (28.mai.2025).
Visão geral
Vinicius Marchese afirmou que o setor necessitava de uma pesquisa que delineasse a realidade em que estão inseridos. Para que possam identificar onde devem focar suas ações com o poder público. “É a primeira vez que possuímos informações que nos permitem compreender a magnitude dos desafios, quando falamos da atuação técnica e qualificada no campo tecnológico brasileiro”.
Ele afirma que o setor observou uma demanda reduzida por cursos nessas áreas, ainda assim reconhecendo sua importância para impulsionar a infraestrutura, a inovação, a sustentabilidade e a mobilidade, que impactam positivamente a vida das pessoas.
Felipe Nunes, CEO da Quaest, declarou que a pesquisa será importante para o futuro do setor e que será “fundamental para a área, produzindo valor que transcende os resultados do estudo”.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.