Endividamento das Famílias no Brasil em 2025: Cartão de Crédito se Torna Armadilha Financeira
Em 2025, o endividamento das famílias brasileiras atinge níveis alarmantes, com 90% das dívidas ligadas ao cartão de crédito, afetando a sobrevivência.
Endividamento das Famílias no Brasil em 2025
No caixa do supermercado, o ato de passar o cartão é acompanhado pela mesma apreensão de sempre. Não se trata de parcelar compras de luxo, mas sim de itens essenciais como arroz, leite, sabonete e remédios. O extrato bancário revela um aumento nas faturas, enquanto o limite de crédito não acompanha essa elevação.
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Para muitas famílias, a conta se tornou um segundo salário, um recurso que não aparece no holerite, mas é crucial para a sobrevivência. Essa realidade é comum no Brasil de 2025.
De acordo com a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) da CNC (Confederação Nacional do Comércio), as famílias que recebem até cinco salários mínimos continuam sendo as mais endividadas do país. O principal responsável por essa situação é o cartão de crédito, que, segundo o pesquisador Flávio Ataliba do FGV Ibre, está presente em mais de 90% das dívidas. “O cartão deixou de ser um meio de financiar sonhos e passou a ser utilizado para a sobrevivência”, afirma Ataliba.
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Impacto do Endividamento nas Famílias
Embora tenha havido uma leve queda na margem de endividamento, os índices permanecem altos e devem continuar a pressionar as famílias de menor renda, especialmente no final do ano. O relatório da CNC indica que, mesmo com a expectativa de uma redução no endividamento e na inadimplência em dezembro, as famílias devem fechar 2025 com um aumento significativo nas dívidas e na inadimplência em comparação ao ano anterior.
A situação é preocupante, pois muitos consumidores acabam parcelando a compra de alimentos e, no mês seguinte, precisam comprar novamente, acumulando parcelas. Isso resulta em um ciclo vicioso, onde o limite do cartão é estourado e os juros rotativos, que podem ultrapassar 400% ao ano, tornam-se uma armadilha. “O endividamento não é fruto de luxo, mas de necessidades básicas”, analisa Ataliba.
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Desenrola e o Cenário Atual
Dados recentes do Banco Central mostram que, mesmo após o programa Desenrola, que funcionou entre 2023 e 2024, o endividamento voltou a crescer, atingindo níveis recordes. Em outubro, o comprometimento da renda das famílias chegou a 28,8%, com 10,23% do orçamento destinado apenas ao pagamento de juros.
Embora o programa tenha proporcionado alívio temporário, não foi suficiente para interromper o ciclo de endividamento.
A relação entre o estoque de dívidas e a renda acumulada nos últimos 12 meses subiu para 49,1% em setembro, evidenciando um problema estrutural. “Precisaríamos de um Desenrola permanente para evitar o retorno do endividamento”, destaca um especialista.
Riscos e Proteção Financeira
A pressão financeira sobre as famílias não se limita aos juros altos. Situações imprevistas, como perda de emprego ou problemas de saúde, podem transformar dívidas gerenciáveis em inadimplência. Dados da CNC revelam que 48,5% das famílias inadimplentes estão com dívidas atrasadas há mais de 90 dias, e o tempo médio para regularização é de 7,1 meses.
Um componente importante na prevenção da inadimplência é o seguro prestamista, que protege o orçamento familiar em casos de desemprego ou incapacidade. “Esse seguro atua como uma rede de proteção, evitando que emergências transformem dívidas em inadimplência”, explica Ana Flávia Ribeiro, presidente da Comissão de Risco da Fenaprevi.
Uso de Seguros e Aumento do Endividamento
Apesar de sua importância, a proteção financeira ainda é escassa entre as famílias de menor renda, o que agrava a desigualdade. O seguro prestamista, que quita parcelas de financiamento, representa 49% dos prêmios de Seguro de Pessoas no Brasil, segundo levantamento da Fenaprevi.
Embora o uso de seguros esteja crescendo, ainda há um longo caminho a percorrer.
Os dados do mercado de seguros mostram um aumento significativo, com R$ 6,8 bilhões em prêmios apenas em agosto de 2025, representando uma alta de 10,4% em relação ao ano anterior. O valor total de prêmios acumulados no ano chegou a R$ 51,3 bilhões, com um crescimento de 8,1%.
Esses números indicam que, mesmo em tempos difíceis, a proteção financeira pode oferecer um alívio importante para as famílias.
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.












