Encontro entre Mauro Vieira e Marco Rubio é Avaliado como Avanço nas Relações Brasil-EUA

Encontro entre Mauro Vieira e Marco Rubio é avaliado positivamente, sinalizando avanço nas relações Brasil-EUA, mas cautela persiste nas negociações comerciais.

14/11/2025 3:04

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(Imagem de reprodução da internet).

Encontro entre Chanceler Brasileiro e Secretário de Estado dos EUA é Avaliado Positivamente

O consenso entre especialistas consultados pela CNN Brasil sobre a reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio é unânime: essa interação de alto nível entre Brasil e Estados Unidos representa um avanço significativo.

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Robson Gonçalves, professor da FGV, destaca que um encontro desse porte parecia improvável meses atrás. Ele ressalta que Rubio não dedicaria sua agenda a um compromisso sem relevância, indicando a importância da reunião.

Na quinta-feira (13), os líderes das relações exteriores dos dois países tiveram uma conversa inicial de 10 minutos, seguida de uma reunião de uma hora com a participação de negociadores. O chanceler brasileiro afirmou que “todos os temas da relação bilateral” foram discutidos e que a resposta da Casa Branca pode chegar em breve.

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Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington, alerta que a reunião não garante uma solução rápida para as negociações em andamento.

Expectativas do Setor Privado

Walber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior e atual sócio da consultoria BMJ, reconhece que a reunião é um sinal positivo, mas enfatiza que o setor privado busca mais informações sobre o cronograma das negociações. Desde julho, após a imposição de tarifas pelo presidente Donald Trump, exportadores brasileiros têm procurado alternativas para lidar com as dificuldades no mercado norte-americano.

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Produtos como molduras, compensado e madeira serrada são essenciais para o Brasil, com os EUA sendo compradores significativos. Paulo Pupo, superintendente da Abimci, observa que o setor produtivo espera resultados concretos das negociações, embora as aproximações tenham sido notadas.

Ele ressalta que a urgência permanece, pois ainda não há avanços tangíveis.

Perspectivas Futuras

Pupo acredita que o encontro pode marcar o início real de negociações baseadas em dados econômicos, mas alerta que, até que ações efetivas sejam apresentadas, a situação pode ser considerada ineficiente. Ele observa que o Brasil corre o risco de ficar para trás, enquanto outros países já estão firmando acordos comerciais com os EUA, que incluem compromissos de simplificação de comércio e redução de barreiras burocráticas.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, menciona que autoridades norte-americanas têm demonstrado interesse em produtos brasileiros como frutas e cafés, que foram impactados pelas tarifas. Ele acredita que, para esses produtos, boas notícias podem estar a caminho.

Rubens Barbosa, por sua vez, mantém cautela, ressaltando que, ao contrário do Brasil, outros países não enfrentaram influências ideológicas nas negociações. Ele sugere que o Brasil deve continuar a insistir nas negociações comerciais e evitar declarações polêmicas.

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.