O tempo médio de viagem do Porto de Santos aos principais portos americanos varia entre 14 e 18 dias, e novas taxas de 50% sobre produtos brasileiros en…
As empresas brasileiras exportadoras para os Estados Unidos não conseguem mais embarcar suas mercadorias antes da entrada em vigor das tarifas de 50% implementadas por Donald Trump a partir de 1º de agosto.
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Com o anúncio da Casa Branca, em 9 de julho, de taxa de 50% sobre produtos brasileiros, exportadores de café, carne, celulose e outros produtos aceleraram os envios para evitar a medida. O embarque de proteínas animais, por exemplo, cresceu 96% nas duas primeiras semanas de julho.
A estratégia, contudo, possuía um prazo de validade limitado: não há mais tempo hábil para importar os produtos para o país antes de 1º de agosto, data divulgada por Trump para iniciar a imposição de tarifas.
A CNN, técnicos do Porto de Santos informaram que o transporte de um navio com carga para os principais portos americanos demanda, em média, de 14 a 18 dias. Assim, mesmo que as mercadorias fossem enviadas nesta terça-feira (22), não haveria mais tempo para evitar a taxação da medida da Casa Branca, considerando que faltam nove dias.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informa que as tarifas de importação são aplicadas a partir do momento em que a mercadoria alcança o país de destino. Isto significa que, caso sejam enviadas antes da data de vigência da taxa, haverá cobrança mesmo que cheguem posteriormente.
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Ademais ao tempo médio de envio dos produtos para os EUA a partir do Porto de Santos, existem algumas condições que podem tornar a viagem ainda mais demorada, como rotas alternativas, viagens em escala ou fatores climáticos.
O café brasileiro, em sua maior parte, segue para os Estados Unidos através do Porto de Santos, representando mais de 70% do volume total. Aproximadamente 30% do volume total é transportado pelo Porto de Nova Orleans, enquanto cerca de 15% utiliza o Porto de Nova York. O tempo de navegação em um navulero nesta rota pode atingir 30 dias.
Diante da proximidade da tarifação de Trump, o setor produtivo aposta no diálogo com as empresas americanas, entre outras estratégias. A importadora de suco de laranja Johanna Food, sediada no estado de Nova Jersey, foi alvo da Justiça dos Estados Unidos contra a medida de Trump.
Empresas e organizações dos Estados Unidos consideram a viabilidade de apresentar ao governo americano uma lista de isenções às tarifas de 50%. A proposta seria que produtos naturais não disponíveis nos EUA pudessem ser importados com uma taxa menor.
Uma das partes envolvidas na avaliação é a National Coffee Association, a principal associação cafeeira dos EUA. O café seria o principal beneficiário desta medida, considerando que quase toda a produção consumida nos EUA é importada. O Brasil é o principal fornecedor do produto para o país, sendo responsável por aproximadamente 35% (mais de um terço) dos grãos que os Estados Unidos adquirem do exterior.
Ademais, o setor de frutas também seria favorecido pela lista de exceções. Um exemplo notável é a manga: a produção interna nos EUA é praticamente inexistente, e o Brasil é o terceiro maior fornecedor do produto para o país (responsável por aproximadamente 8% das importações).
Petróleo, café e aeronaves: principais produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.