Empresas dos EUA discordarão sobre juros no Brasil em reunião nos EUA

Estados Unidos possuem organizações e empresas registradas que podem atuar tanto na defesa quanto no ataque ao Brasil, em sessão a ser realizada em Wash…

19/08/2025 11:02

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(Imagem de reprodução da internet).

Várias empresas e organizações dos Estados Unidos se registraram para participar da audiência presencial em Washington, D.C., sobre a investigação do governo de Donald Trump em relação às alegações de práticas comerciais “desleais” do Brasil.

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A reunião está agendada para o dia 3 de setembro e conta com mais de 40 solicitações de participação presencial de empresas e associações do Brasil e dos Estados Unidos. Na segunda-feira também foi o prazo final para que esses atores enviassem comentários escritos à investigação.

A participação das empresas americanas não será uníssona: há companhias inscritas para argumentar contra e a favor do Brasil. A audiência ocorre no âmbito da chamada “Seção 301” e pode dar base mais sólida para a tarifação estabelecida pelos Estados Unidos.

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O National Cotton Council, da indústria de algodão, está inscrito. Em um comunicado, o conselho afirma que seu depoimento se concentrará no aumento das exportações de algodão do Brasil, nas políticas governamentais brasileiras para impulsionar essa expansão, nas preocupações sobre a degradação do Cerrado e seus impactos para os produtores americanos.

As políticas brasileiras necessitam de análise aprofundada pelos Estados Unidos para avaliar o seu impacto no mercado global de algodão e as potenciais ameaças que representam para o mercado doméstico e as exportações americanas. Agradecemos ao presidente Trump e ao USTR por promoverem esta investigação.

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A Renewable Fuels Association, do setor de etanol, também defenderá penalidades ao Brasil. O depoimento se concentrará em suposta política comercial injusta, que restringe o acesso ao mercado brasileiro, e em barreiras tarifárias e não tarifárias que geram desvantagem às exportações dos Estados Unidos.

A investigação do USTR, que possui seis frentes de apuração, concentra-se em supostas barreiras ao etanol. As demais áreas de análise são: comércio digital e serviços eletrônicos de pagamento; tarifas preferenciais; enfraquecimento do combate à corrupção; propriedade intelectual; e desmatamento ilegal.

O Brasil também contará com aliados na audiência presencial. A National Coffee Association, do setor de café, apresentará a visão de que as tarifas geram desvantagem para a indústria de torrefação americana, uma vez que o Brasil é o maior produtor mundial e seu produto não pode ser facilmente substituído. Adicionalmente, a associação, os fornecedores brasileiros podem “simplesmente” redirecionar e comercializar os produtos que não serão destinados aos Estados Unidos para a China, União Europeia, Suíça, Canadá e México. Dessa forma, solicita-se que o café seja excluído da lista de produtos sujeitos a tarifas.

Adicionalmente, a Câmara Americana de Comércio, maior organização empresarial dos EUA, também atuará como parceira na audiência. Seu comunicado indica que o Brasil é um “parceiro importante” para empresas americanas de “todos os portes, setores e estados” e solicita a presença na sessão.

Fonte por: CNN Brasil

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.