Empresas chinesas elevam aquisições de jazidas no exterior em 2024

Análises da S&P e Mergermarket indicam que as negociações atingem recordes, refletindo a preocupação com a instabilidade mundial e as tensões geopolíticas.

07/07/2025 17:59

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Empresas chinesas elevam aquisições de jazidas no exterior em 2024
(Imagem de reprodução da internet).

Empresas chinesas adquiriram 10 minas no exterior em 2024. Os negócios totalizam R$ 541 milhões, maior volume da história do país, conforme dados da S&P (Standard & Poor’s) e Mergermarket divulgados pelo jornal Financial Times.

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A análise da consultoria indica que o movimento se insere na estratégia chinesa de assegurar matérias-primas cruciais em um contexto de tensão geopolítica. O país pretende concluir investimentos antes de enfrentar maior oposição em mercados como Canadá e Estados Unidos.

Uma pesquisa do centro de pesquisa GAI (Griffith Asia Institute) indica que 2024 representou o período de maior atividade de investimentos chineses em mineração e construção no exterior desde 2013.

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Empresas chinesas como CMOC (China Molybdenum Co), MMG (Minerals and Metals Group) e Zijin Mining lideram essas aquisições, competindo por ativos estratégicos globalmente. A Appian Capital Advisory, entre outras, frequentemente surge como vendedor nessas transações.

O diretor do GAI, Christoph Nedopil, declara que os investimentos chineses em mineração se mantêm elevados, em consonância com a transição do país para a manufatura de alta tecnologia, incluindo baterias e tecnologias de energia renovável.

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A Zijin Mining planeja adquirir uma mina de ouro no Cazaquistão por US$ 1,2 bilhão (R$ 6,49 bilhões) em 2025. Em abril, a Baiyin Nonferrous Group adquiriu a mina brasileira Mineração Vale Verde por US$ 420 milhões (R$ 2,27 bilhões) da Appian Capital Advisory.

As operações se dão em vários países com grande potencial mineral, com ênfase em nações em desenvolvimento da África e da América Latina. Canadá e Austrália demonstram maior cautela em relação aos investimentos chineses em seus territórios, conforme a pesquisa.

Michael Scherb, fundador da Appian Capital Advisory, afirma que observou “maior atividade” nos últimos 12 meses porque os grupos chineses acreditam ter uma janela de curto prazo. Eles estão tentando realizar muitas fusões e aquisições antes que a geopolítica se torne mais difícil.

Scherb declara que existe uma mudança na abordagem do governo chinês. “Houve uma sofisticação nas estratégias de fusões e aquisições de saída dos compradores chineses”, afirmou ao Financial Times.

O governo chinês anteriormente selecionava um comprador por meio de processos de venda de ativos e oferecia apoio a esse grupo. O que se transformou nos últimos 3 a 4 anos é que o governo está permitindo que grupos chineses compitam entre si. Isso indica que eles não temem mais perder para o Ocidente.

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.