Empresas americanas preveem tarifas e intensificam a aquisição de carne
Pesquisa da USP aponta que consumidores dos Estados Unidos adquiriram quantidades máximas em março e abril devido ao receio de aumento de tarifas.

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP (Universidade de São Paulo) declarou que as empresas norte-americanas elevaram suas compras de carne bovina brasileira nos meses de março e abril, visando a formação de estoques e a mitigação do risco de taxação do produto pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano).
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Em março e abril, empresas americanas compraram volumes recordes. Acima de 40 mil toneladas por mês, possivelmente em um movimento de formação de estoque, antecipando que o presidente Donald Trump aumentasse as tarifas para o comércio internacional, declarou o Cepea.
Os Estados Unidos representam a segunda maior demanda por carne bovina brasileira, respondendo por 12% das exportações, ficando atrás apenas da China, que detém 49% do total exportado pelo Brasil.
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Dados da Secex indicam que, em junho de 2025, o volume de compras dos EUA representou o menor valor desde dezembro de 2024, contudo, as exportações totais de carne bovina brasileira alcançaram o segundo melhor desempenho do ano, totalizando aproximadamente 270.000 toneladas.
Laranja
O suco de laranja é o produto mais afetado pela nova política tarifária, segundo o Cepea. Os EUA já aplicam uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada. A aplicação de uma sobretaxa elevaria “significativamente” o custo de entrada nos Estados Unidos. Segundo o centro, as indústrias brasileiras já suspenderam contratos.
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CAFÊ
Os Estados Unidos representam o maior mercado consumidor de grãos e representam aproximadamente 25% das importações de café do Brasil.
Conforme o Cepea, a elevação do custo de importação afeta diretamente a viabilidade econômica da cadeia produtiva de café no Brasil – que abrange torrefadoras, cafeterias, indústrias de bebidas e redes de varejo.
Apesar do volume recorde da safra 2024/25, a comercialização da safra 2025/26 avança lentamente, conforme aponta o Cepea.
fruta fresca
O efeito imediato incide na manga, cuja janela de exportação para os EUA começa em agosto. De acordo com o Cepea, há relatos de adiamento de embarques devido à incerteza tarifária. A uva brasileira, cuja colheita tem calendário importante para os EUA a partir da segunda quinzena de setembro, também passa a integrar o grupo de culturas em alerta.
A tendência também se mostra capaz de desorganizar os fluxos comerciais internacionais. Diante da redução das exportações para os Estados Unidos, frutas que seriam destinadas ao mercado norte-americano podem ser direcionadas à União Europeia ou absorvidas pelo mercado brasileiro, gerando um cenário de acúmulo de frutas nos canais tradicionais de comercialização e pressionando os preços ao produtor.
O Brasil demanda, junto ao Cepea, pressa na coordenação diplomática visando estabilizar o mercado agropecuário.
É imprescindível uma articulação diplomática coordenada, com o objetivo de revisar ou excluir as tarifas sobre produtos agroalimentícios brasileiros. Essa medida é estratégica não apenas para o Brasil, mas também para os Estados Unidos, cuja segurança alimentar e competitividade da agroindústria dependem significativamente do fornecimento brasileiro.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.