Empresas alemãs limitam operações no X em resposta a Musk

Diversas empresas na Alemanha estão limitando suas operações no X, a rede social do bilionário Elon Musk. Isso é o que aponta uma pesquisa da associação digital Bitkom, conduzida com 602 empresas que contam com no mínimo 20 colaboradores.

De acordo com o estudo, 58% das empresas que utilizavam o X deixaram de publicar ou interromperam totalmente suas postagens após a aquisição da antiga Twitter pelo bilionário em 2022. Apenas 32% mantiveram suas atividades de publicação como antes, 3% expandiram suas ações ou iniciaram o uso da rede social após a mudança de proprietário e aproximadamente 4% não produzem conteúdo algum.

A oposição a Elon Musk

A principal razão para essa retração, segundo a Bitkom, é o aumento do ceticismo em relação a Elon Musk. A figura do bilionário se tornou ainda mais controversa na Alemanha após seu apoio ao partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD), o que resultou em uma queda nas vendas de carros elétricos da Tesla. Em janeiro, mais de 60 universidades alemãs e austríacas cancelaram suas contas na plataforma por causa disso.

Leia também:

Peter Jackson desmente rumores de aposentadoria e comenta sobre novos projetos

Brasil retorna ao ranking mundial de crianças não vacinadas, apesar da melhora na cobertura vacinal

China registra expansão econômica de 5,2% no segundo trimestre, mesmo com a disputa comercial

Para 63% dos entrevistados, Musk é “perigoso”, e 74% não concordam que indivíduos com essa influência nas redes sociais ocupem cargos políticos.

“Muitas empresas preferem manter distância quando alguém concentra grande poder econômico, político e midiático”, afirma Bernhard Rohleder, diretor-executivo da Bitkom.

Isso se traduz em uma redução expressiva no investimento em anúncios pagos: 51% das empresas respondidas diminuíram seus gastos em publicidade no X. Em 2023, após a aquisição do serviço, essa porcentagem era de 26%.

Atualmente, apenas 7% mantêm a mesma proporção de anúncios que tinham antes da compra do Twitter por Musk, enquanto 37% deixaram de fazer publicidade completamente.

Empresas buscam maior controle sobre o X.

Apesar das críticas, a grande maioria das empresas não tem intenção de deixar de usar a plataforma. Apenas 11% delas planejam desativar seu perfil oficial em algum momento, seja este ano ou no próximo. Outros 4% consideram fazer o mesmo, mas sem estabelecer um prazo. 43% avaliam essa possibilidade, embora não tenham tomado medidas concretas para isso. Já 39% pretendem continuar utilizando o perfil no X conforme está.

Em relação ao total, 85% das empresas – incluindo aquelas não presentes no X – defendem que a plataforma deveria ter maior controle de conteúdo e moderação. Adicionalmente, 80% acreditam que a gestão de Musk acelera a polarização da sociedade, enquanto 21% afirmam que o executivo fortalece a liberdade de expressão com suas ações.

Fonte por: Carta Capital