Empresários brasileiros demonstram cautela otimista e intensificam o direcionamento para mercados externos em razão do aumento de tarifasas impostas pelos EUA

Estudo da Grant Thornton revela estabilidade nas previsões, expansão da lucratividade e maior foco nas operações de comércio exterior.

22/08/2025 10:03

3 min de leitura

Empresários brasileiros demonstram cautela otimista e intensificam o direcionamento para mercados externos em razão do aumento de tarifasas impostas pelos EUA
(Imagem de reprodução da internet).

As médias empresas brasileiras mantêm estabilidade nas projeções de crescimento, mesmo em um cenário internacional marcado por tensões tarifárias. Isso aponta a nova edição do International Business Report (IBR), pesquisa trimestral da Grant Thornton que reune dados de mais de 4 mil executivos em 35 países.

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Em 2025, no segundo trimestre, o otimismo no Brasil aumentou 3 pontos percentuais, atingindo 64%. A pesquisa foi finalizada antes do anúncio oficial da “tarifação” norte-americana, mas já demonstrava maior atenção dos empresários ao cenário político e econômico internacional.

Segundo Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil, empresários procuram equilíbrio entre crescimento e cautela. “As oscilações nas tarifas dos EUA afetam o comércio internacional no longo prazo e, no curto, estimulam a busca por novos mercados externos, com impacto variável conforme o setor”, avalia.

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Salários e rentabilidade em alta.

A expectativa de crescimento da receita permaneceu consistente, com 82% dos executivos prevendo avanços nos próximos doze meses. A lucratividade progrediu de 79% para 84%, devido a iniciativas de otimização operacional e aumento da produtividade.

Em relação à remuneração, 86% das empresas preveem reajustes salariais. Deste grupo, 23% planejam aumentos superiores à inflação, em comparação com 17% no trimestre anterior. Segundo Maranhão, essa decisão reflete a competição por profissionais qualificados e a percepção de que salários competitivos e capacitação impulsionam os resultados a longo prazo.

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Comércio exterior ganha importância.

O Brasil se moveu em direção contrária à tendência mundial. Enquanto a intenção de exportar caiu para 50% no mundo, no país o índice subiu para 69%, oito pontos percentuais acima do trimestre anterior. Houve também aumento nos destinos de exportação, de 61% para 62%.

As importações também aumentaram, subindo de 54% para 58%. Espera-se que os impactos da taxa norte-americana se tornem mais evidentes nos próximos meses, enquanto setores como o agronegócio já buscam expandir as vendas para países da Ásia.

Tecnologia e ESG evoluem.

A alocação de recursos em tecnologia permanece como uma prioridade. No período, 85% das empresas brasileiras asseguraram ou incrementaram os investimentos em automação, digitalização e inteligência artificial.

As ações em sustentabilidade também cresceram, de 70% para 75%. O Maranhão ressalta que, apesar da desaceleração em economias desenvolvidas, o Brasil encontra condições favoráveis para expandir os investimentos climáticos. A bolsa de valores, seguradoras e instituições financeiras têm atuado como catalisadores desse movimento, em um cenário de impactos financeiros cada vez maiores da crise climática, como as enchentes no Rio Grande do Sul e as perdas de safra.

Um ponto relevante foi o investimento na formação de trabalhadores e na modernização de equipamentos, evidenciando que as empresas mantêm o foco na preparação de suas equipes para transformações tecnológicas e operacionais.

Estabilidade por meio da observação.

Em escala mundial, 60% dos líderes empresariais identificaram a incerteza econômica como o principal obstáculo ao crescimento. Tensões comerciais, guerras, alterações tarifárias e a reconfiguração das cadeias de suprimentos permanecem como os fatores mais relevantes para o planejamento de longo prazo.

A América Latina – particularmente o Brasil – demonstra resiliência. A região mantém otimismo e uma visão estratégica de longo prazo, aproveitando oportunidades no contexto da reorganização do comércio mundial.

O IBR possibilita acompanhar a evolução do sentimento empresarial diante das mudanças globais. Cada edição, os resultados reforçam a importância da análise estratégica para decisões de negócios, conclui Maranhão.

Metodologia

O International Business Report (IBR) é conduzido pela Grant Thornton há mais de 30 anos. A edição referente ao segundo trimestre de 2025 ouviu 4.083 líderes empresariais em 35 países, entre 16 de abril e 29 de maio.

Na Brasil, a pesquisa concentra-se nas médias empresas de setores estratégicos, analisando crescimento, investimentos, rentabilidade, geração de empregos e práticas ESG.

Fonte por: Carta Capital

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