Empresário falece em Autódromo de SP: informações sobre o caso

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Adalberto sofreu asfixia, alterando o curso das investigações.

19/06/2025 9:01

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Empresário falece em Autódromo de SP: informações sobre o caso
(Imagem de reprodução da internet).

A investigação da morte do empresário Adalberto Amarílio dos Santos Júnior, de 36 anos, encontrado em um buraco de obra no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, é um caso complexo que tem desafiado a Polícia Civil de São Paulo.

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A investigação começou considerando o caso como morte suspeita, mas agora é conduzida como homicídio. Um laudo emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) confirmou que Adalberto foi vítima de asfixia, o que levou à corporação a mudar o curso das investigações.

A delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), declarou que a morte provavelmente foi “lenta e agonizante”, com a vítima tentando respirar no buraco.

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As condições do corpo atraíram a atenção: o empresário estava em pé, sem calças, sem sapatos e sem meias. A limpeza de sua roupa íntima e pés indica que ele não andou em terra ou foi arrastado, mas sim carregado no colo ou teve suas roupas removidas próximo ao buraco.

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A polícia descartou enfaticamente as hipóteses de roubo (latrocínio) e de queda acidental.

Evidências

Um exame toxicológico do IML não identificou a presença de álcool e drogas na urina de Adalberto. Essa informação contrasta com o relato de Rafael Aliste, que já forneceu dois depoimentos e alegou à polícia que ele e Adalberto haviam ingerido aproximadamente oito copos de cerveja e maconha.

A Polícia Civil, contudo, explica que o álcool pode ter sido metabolizado pelo organismo de Adalberto, principalmente se ele utilizou o banheiro, e que registros de compras confirmam o consumo de bebida alcoólica.

A Polícia Científica também apontou resultado positivo para PSA (Antígeno Prostático Específico), indicando a presença de proteína do sêmen na região do pênis do empresário. Entretanto, o Instituto Criminalístico esclareceu que o resultado não necessariamente indica que houve ato sexual no local. Em situações de asfixia, pode ocorrer um reflexo vagal que provoca contrações nas vesículas seminais, levando à eliminação do líquido seminal mesmo sem ato sexual.

Adicionalmente, o laudo do IML não detectou a presença de espermatozoides, o que reforça que a positividade para PSA, por si só, não permite concluir que ocorreu ejaculação devido a um ato sexual. O exame também apresentou resultado negativo para as áreas do ânus e da boca.

Desafios da investigação

A identificação dos responsáveis é complexa devido a obstáculos consideráveis. Um dos maiores desafios reside na infraestrutura de vigilância do local, onde “não havia câmeras” ou “os funcionários” realizavam revezamento, impedindo um rastreamento preciso.

Ademais, a complexidade da busca reside no elevado número de profissionais envolvidos no Autódromo, com uma única empresa de segurança empregando quase 200 funcionários.

Rafael Aliste, amigo de Adalberto, não é considerado suspeito, sendo tratado como testemunha. A equipe policial concentra-se em determinar quem estava no local aproximadamente uma hora antes e uma hora depois do possível momento da abordagem.

A perícia, que se mostra crucial para o resultado do caso, é a análise do sangue apreendido no automóvel da vítima. De acordo com as informações iniciais, sugere-se que o empresário não utilizou o veículo, e o achado da chave do carro no bolso de sua jaqueta suscita dúvidas sobre como ele teria acesso ao automóvel.

A polícia não descarta a participação de uma ou duas pessoas no crime, que poderiam ser seguranças, vigilantes ou funcionários da manutenção.

A polícia civil prossegue nas investigações, examinando imagens de câmeras de segurança e obtendo novos depoimentos para elucidar os detalhes da morte de Adalberto e determinar os autores.

Fonte por: CNN Brasil

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.