Sete associações lançaram manifesto após agência anunciar a suspensão do programa de monitoramento de qualidade.
Sete associações do mercado de combustíveis divulgaram nesta 3ª feira (24.jun.2025) um manifesto solicitando ao governo federal que revise os cortes orçamentários da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
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A agência reguladora anunciou na segunda-feira (23.jun.2025) medidas emergenciais para lidar com as restrições financeiras, incluindo a suspensão do PMQC (Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis) durante o mês de julho. O programa executa mais de 16 mil análises mensais e orienta as fiscalizações em todo o território nacional.
Um decreto governamental, em vigor desde 30 de maio, estabeleceu o bloqueio de R$ 7,1 milhões para despesas discricionárias da ANP, incluindo viagens. A ação também suspendeu R$ 27,7 milhões do orçamento total da agência reguladora.
Os recursos disponíveis para a ANP diminuíram de R$ 140,6 milhões para R$ 105,7 milhões no exercício atual. A agência informou que enfrenta limitações orçamentárias recorrentes. Em 2013, seu orçamento era de R$ 749 milhões (valor corrigido pela inflação), reduzindo-se para R$ 134 milhões em 2024, uma queda de 82%.
As entidades do setor de combustíveis consideraram a paralisação do programa como “tragicidade”, notadamente em um período de expansão do comércio ilegal de combustíveis. O documento ressalta que a diminuição dos recursos destinados à fiscalização ocorreu após uma “colaboração” do setor para doação de equipamentos que fortaleceriam as ações de controle de qualidade.
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O documento foi assinado pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), Brasilcom (Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis), Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes), IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), ICL (Instituto Combustível Legal), Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) e SindTRR (Sindicato Nacional do Transportador Revendedor Retalhista).
As organizações solicitam que o governo reverta as restrições financeiras com urgência. O manifesto alerta sobre os riscos do enfraquecimento da agência reguladora. “Uma ANP enfraquecida fica limitada em ações essenciais, o que, como já mostrou, abre espaço para o aumento de riscos à segurança veicular, à integridade dos motores e à saúde pública, além de favorecer concorrência desleal e prejuízos à arrecadação tributária, sendo um atrativo para criminosos no setor de combustíveis”, afirmam as instituições no documento.
O setor de combustíveis tem se mobilizado contra a atuação irregular de empresas no mercado, que incluem práticas como fraudes, adulterações, sonegação fiscal e descumprimento de obrigações regulatórias. Entre essas obrigações está a adição obrigatória de biodiesel ao diesel fóssil. Segundo as organizações, algumas empresas também exploram brechas para evitar o pagamento de impostos federais e estaduais, gerando concorrência desleal com as companhias que cumprem as regras estabelecidas.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.