Embraer decide não realizar cortes de pessoal no Brasil e negocia tarifa zero nos EUA
Empresa de aeronaves não participou do aumento de preços de 50%.

A Embraer, fabricante brasileira de aeronaves, que obteve isenção de tarifação de 50% pelos Estados Unidos, descarta demissões no país neste ano e está confiante em conseguir reduzir a zero a atual taxação de 10% sobre aviões e partes que exporta para os americanos.
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A declaração foi feita nesta terça-feira, 5, pelo diretor-executivo da empresa, Francisco Gomes Neto, durante a apresentação dos resultados do segundo trimestre da companhia.
Concentramos-nos em restabelecer a tarifa zero. Ficamos satisfeitos em avançar de 50% para 10%, o que diminuiu significativamente o impacto sobre nossos clientes. Estamos colaborando com eles para garantir a entrega das aeronaves. Paralelamente, estamos trabalhando incansavelmente para recuperar a tarifa zero.
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A Embraer contrata 18 mil funcionários no Brasil. A partir de abril, a companhia, que exporta metade da sua produção para os Estados Unidos, encontra-se sujeita a uma taxa de 10% definida pelo presidente americano, Donald Trump.
Nas últimas semanas, pairava a expectativa de que a taxação atingisse 50%. Contudo, na quarta-feira, 30, o governo dos Estados Unidos determinou que aeronaves, motores, peças e componentes da aviação não estariam sujeitos à taxação.
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Empregos
Conforme a empresa, a cobrança de 10% que entrou em vigor em abril representa um custo de 65 milhões de dólares, aproximadamente 350 milhões de reais. Desses valores, 20% foram sentidos no primeiro semestre e 80% devem ser percebidos no restante do ano. Essa cobrança é aplicada a partes de aeronaves executivas que a Embraer vende à subsidiária nos Estados Unidos, sendo um alívio em relação à taxa de 50% da qual a empresa se desvencilhou.
Retornamos a uma situação mais controlável, tendo já incorporado o efeito das tarifas nas nossas projeções financeiras. Manutenção do nosso guidance para o ano, e para isso precisamos entregar todos os aviões que estão previstos. Atualmente, qualquer tipo de alteração ou redução de quadro devido à diminuição da produção está completamente fora dos nossos planos, garantiu Neto.
Em relação às aeronaves comerciais vendidas aos Estados Unidos, o pagamento do preço é realizado pela empresa adquirente, o que contribui para o aumento do custo do produto.
Francisco Neto acredita que negociações podem restabelecer a tarifa zero, semelhante ao que ocorreu nos últimos 45 anos. Ele mencionou acordos recentes firmados entre o Reino Unido e a Europa.
Segundo Neto, as negociações ocorrem por meio do governo brasileiro e também diretamente com os americanos.
Mercado principal
Os Estados Unidos representam o mercado de aviação mais significativo globalmente, respondendo por 70% da procura por jatos executivos da Embraer e 45% de aeronaves comerciais.
O executivo-chefe da empresa considera a criação de empregos e investimentos nos Estados Unidos como um argumento para que o governo Trump volte à tarifa zero.
A Embraer contrata quase 3 mil funcionários nos Estados Unidos. Com a inclusão da rede de fornecedores locais, o total de pessoas envolvidas atinge 13 mil. A empresa pretende investir 500 milhões de dólares, aproximadamente 2,8 bilhões de reais, em Dallas, no Texas, e Melbourne, na Flórida, nos próximos cinco anos e contratar mais 5,5 mil funcionários até 2030. As estimativas foram feitas, segundo Neto, com base em cálculos sem considerar a taxa de 10%.
O executivo afirmou que, caso o governo dos Estados Unidos decida incorporar aeronaves militares, como o KC-390, em sua força aérea, a Embraer estima um investimento de 500 milhões de dólares para uma nova linha de produção e a criação de 2,5 mil empregos.
A empresa destaca a relevância de seus aviões E175, com capacidade para até 80 passageiros, que são considerados cruciais para a aviação regional nos Estados Unidos.
A previsão é favorável, avalia o diretor-executivo em relação ao retorno da tarifa zero, destacando que a estimativa é de superávit comercial de 8 bilhões de dólares para os Estados Unidos até 2030. Nesse processo de fabricação de aeronaves, a Embraer gasta mais com aquisições nos Estados Unidos do que com vendas para o país.
Resultado
A Embraer anunciou, na terça-feira, que entregou 61 aeronaves no segundo trimestre, incluindo 19 jatos comerciais, 38 executivos e quatro militares. Em comparação, no mesmo período do ano anterior, a empresa realizou 47 entregas.
A empresa projeta a entrega de 77 a 85 aeronaves comerciais e de 145 a 155 jatos executivos neste ano. O portfólio total de pedidos alcançou 29,7 bilhões de dólares no segundo trimestre deste ano, o maior valor já registrado.
A empresa
Fundada em 1969, a Embraer já produziu mais de 9 mil aeronaves para mais de 100 países e 60 Forças Armadas. A empresa conta com 23 mil funcionários, dos quais 18 mil estão no Brasil, sobretudo na sede em São José dos Campos, em São Paulo. Há também um contingente nas cidades paulistas de Sorocaba, Botucatu e Gavião Peixoto, além de engenheiros em Florianópolis e Belo Horizonte.
Fora do Brasil e dos Estados Unidos, existe uma fábrica em Portugal. Nos últimos anos, a empresa contratou 5 mil pessoas para atender à demanda atual e futura.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Redação Clique Fatos
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