Embraer: aumento de preços pode gerar efeito parecido com o da pandemia
Naquele período, houve uma queda de 30% na arrecadação e uma consequente diminuição da folha de pagamento.

A terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, atrás apenas da Boeing e da Airbus, a Embraer estima que a sanção anunciada pelos Estados Unidos contra o Brasil poderá gerar um impacto na empresa semelhante ao da pandemia de Covid-19.
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A empresa enfrentou uma queda de aproximadamente 30% na receita e, por consequência, reduziu em cerca de 20% o número de seus colaboradores.
A Embraer indicou que o reajuste tarifário aumentará o preço de cada aeronave vendida aos Estados Unidos em aproximadamente 50 milhões de reais. Até 2030, essa medida poderá resultar em 20 bilhões de reais em tarifas. Segundo o diretor executivo (CEO) Francisco Gomes Neto, a alteração nos preços das aeronaves provocará o cancelamento de pedidos, o adiamento de entregas, a revisão do plano de produção, a diminuição da geração de caixa e a redução de investimentos.
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Não é possível realocar pedidos de clientes dos Estados Unidos para outros mercados. Não é viável reposicionar isso para outros mercados, afirmou Gomes em entrevista na terça-feira, 15.
As exportações para clientes americanos constituem 45% da produção de jatos comerciais e 70% de jatos executivos da empresa. De acordo com o CEO, a alíquota de 50% poderá inviabilizar a venda de aeronaves para os Estados Unidos. “Cinquenta por cento de alíquota é quase um embargo. Não é só para a Embraer, é para qualquer empresa. Cinquenta por cento dificultam ou inviabilizam as exportações para qualquer país. É um valor muito elevado. E, para avião, é mais impactante ainda devido ao alto valor agregado do produto”, destacou Gomes.
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Existe a possibilidade de negociação.
A taxação sobre o Brasil impactará também os produtores americanos, e isso poderá auxiliar em uma eventual negociação, afirmou o diretor executivo da Embraer. Segundo ele, nos próximos cinco anos, até 2030, a Embraer tem potencial de adquirir 21 bilhões de dólares em equipamentos norte-americanos para equipar as aeronaves produzidas pela empresa brasileira. “Por isso acreditamos que uma solução negociada é possível”, declarou Gomes.
Ficamos lá [nos Estados Unidos] para apresentar isso a eles. Eles compreendem isso, mas desejam observar uma negociação bilateral em andamento, da forma que estão buscando em diversos outros países”, declarou.
Gomes demonstrou confiança em um acordo entre o Brasil e os Estados Unidos, similar ao recente acordo divulgado pelos norte-americanos e Reino Unido, que prevê a retomada da tarifa zero para o setor aeronáutico.
Foram feitas concessões de ambos os lados, e no setor aeroespacial a taxa era de 10%. Estamos otimistas com a situação, e esse exemplo do acordo entre o Reino Unido e os Estados Unidos serve como uma boa base para o Brasil também.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.