Embaixador do Reino Unido nos EUA é afastado devido a ligações com Epstein

Peter Mandelson enviou mensagem de apoio ao acusado de crimes sexuais.

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(Imagem de reprodução da internet).

O embaixador britânico nos Estados Unidos, Peter Mandelson, foi exonerado em razão de seus laços com o criminoso sexual americano Jeffrey Epstein, informou o Foreign Office (Ministério das Relações Exteriores britânico) nesta quinta-feira 11.

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A demissão foi resultado de comunicações eletrônicas entre o diplomata experiente do Partido Trabalhista, com 71 anos, e o executivo financeiro americano.

A decisão do governo britânico foi divulgada algumas horas após o jornal The Sun e a agência Bloomberg notarem que Mandelson transmitiu mensagens de apoio a Epstein durante a investigação do empresário por crimes sexuais nos Estados Unidos em 2008.

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Mandelson expressava pensamentos e sentimentos sobre Epstein, sentindo-se impotente e indignado com a situação, conforme teria escrito a Epstein, segundo a imprensa. Nas mensagens, enviadas pouco antes do magnata americano se declarar culpado para alcançar um acordo no caso, Mandelson também o aconselhava a “lutar por uma liberdade antecipada”.

O governo britânico, através do Ministério das Relações Exteriores, afirmou que os documentos divulgados nesta semana “demonstram que a magnitude e o alcance do relacionamento de Peter Mandelson com Jeffrey Epstein são significativamente distintos do que se entendia no momento de sua designação”.

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O comunicado do Foreign Office ressalta, em especial, “a sugestão de Peter Mandelson de que a primeira condenação de Jeffrey Epstein foi injusta e deveria ser contestada”, que se configura como informação inédita para o governo britânico.

Em razão disso, e considerando as vítimas dos crimes de Epstein, ele foi removido do cargo de embaixador com efeito imediato.

Apoio ao Partido Trabalhista

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, manifestou seu apoio ao embaixador em Washington após a divulgação de uma carta de 2003, na qual Mandelson o classificava como seu “melhor amigo”.

A mensagem estava presente em um livro reunido pelos companheiros de Epstein para comemorar seu 50º aniversário, que incluía uma carta ao lado de um esboço de uma mulher nua com a alegada assinatura do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que negou ter escrito o texto.

O empresário bilionário faleceu na detenção em 2019, antes de ser julgado por crimes sexuais. Sua morte gerou diversas teorias conspiratórias, segundo as quais foi assassinado para evitar revelações comprometedoras sobre personalidades de alto escalão.

Starmer enfrentou intensa pressão por menos de um ano após a nomeação de Mandelson para o cargo, buscando fortalecer os vínculos entre seu governo e Trump.

Apesar disso, Starmer defendeu o embaixador no Parlamento britânico na quarta-feira, enfatizando que ele “expressou diversas vezes seu forte constrangimento” por estar ligado a Epstein. O primeiro-ministro acrescentou que o financista foi um “criminoso detestável” que “prejudicou a vida de inúmeras mulheres e meninas”.

Mandelson admitiu em uma entrevista no canal do YouTube do jornal The Sun que sua mensagem para Epstein é “muito constrangedora”. “Mas foi escrita antes dele ser acusado”, acrescentou.

O embaixador britânico declarou, na oportunidade, não ter testemunhado comportamentos inadequados nem evidências de ações criminosas. Mandelson exerceu o cargo de ministro três vezes, além de ter sido comissário europeu de Comércio entre 2004 e 2008.

Na década de 1990, atuou como um dos arquitetos do “Novo Trabalhismo” de centro-esquerda de Tony Blair.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.

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