Em um ano de derrotas, Lula acumula sucessivas perdas
Em 2025, Lula enfrentou Pixgate, fraudes no INSS e a desaprovação do aumento do IOF.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já acumula uma série de derrotas no terceiro ano de seu mandato. Segundo o petista, 2025 seria o “ano da colheita” das boas ações de sua gestão, mas em seis meses colheu impasses que afetaram negativamente sua popularidade, como o Pixgate, as fraudes no INSS e o decreto do aumento do IOF.
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A aprovação da gestão tem vindo a diminuir. De acordo com a pesquisa PoderData, realizada entre 31 de maio e 2 de junho, o governo Lula é desaprovado por 56% dos eleitores. A taxa avançou 3 pontos percentuais em dois meses. No mesmo período, a aprovação recuou de 41% para 39%.
Lula tem 1 ano e 4 meses até a eleição de 2026. Para concorrer à reeleição, será necessário reverter a baixa aprovação, que afeta a comunicação do governo. Em janeiro, substituiu o chefe da Secom (Secretaria de Comunicação). Isso não resolveu. O presidente continuou protagonizando equívocos.
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O especialista em direito tributário e analista político, Arcênio Rodrigues, afirma que a falta de popularidade do petista transcende a situação presente.
Observa-se um enfraquecimento da liderança, um Lula que não mobiliza, não entusiasma e não define o curso do debate nacional. O magnetismo que o conduziu à presidência três vezes aparenta ter cedido espaço a um governo sem direção evidente, caracterizado por alianças desfeitas, excessivo oportunismo e ausência de resultados concretos.
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Relembre os temas que prejudicaram a imagem de Lula:
Pixgate
As medidas do governo foram obscurecidas desde janeiro devido à polêmica sobre as regras da Receita Federal para o rastreamento de transações acima de R$ 5.000 via Pix. O objetivo era examinar essas movimentações de perto, para facilitar a identificação de quem não declara seus impostos.
A discussão sobre o tema ganhou destaque nas redes sociais, gerando boatos de que o governo implementaria taxas nas transações via Pix. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) se destacou na disseminação da informação, com um vídeo publicado em seu perfil no Instagram ultrapassando 300 milhões de visualizações.
O Ministério da Fazenda cedeu à pressão. Foi revogada a medida que não deveria se tornar uma “arma na mão de criminosos”, conforme declarado pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.
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Instituto Nacional do Seguro Social
Em abril, a Polícia Federal iniciou a operação Sem Desconto, que expôs um esquema de descontos irregulares em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A Associação Brasileira de Defesa dos Clientes e Consumidores de Operações Financeiras e Bancárias estima que o prejuízo tenha atingido mais de R$ 10 bilhões em uma década.
Lula afirmou que o caso decorreu de um “erro” ocorrido na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e que este “poderia ter sido intencional”.
A oposição não aceitou o argumento e afirmou que a responsabilidade pela questão cabia à gestão petista, devido à demora na identificação do esquema. O grupo também protocolou o pedido de criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as fraudes do INSS. Alcançou 259 assinaturas, de 223 deputados e 36 senadores.
Para evitar maiores dificuldades, seria ideal adiar a leitura do requerimento que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), deve apresentar na terça-feira (17.jun).
A chance de ocorrerem adiamentos é grande. Existe o feriado de Corpus Christi em 19 de junho e, em seguida, a semana de São João. Durante esse período, deputados e senadores não estão em Brasília. Irão para as festas juninas, principalmente os políticos do Nordeste.
Uma investigação não trará bons resultados para a imagem do governo, sobretudo antes de iniciar a compensação dos aposentados e pensionistas afetos pelos descontos.
Na quinta-feira (12.jun), a AGU (Advocacia Geral da União) apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido de crédito extraordinário para compensar as vítimas. O valor não está incluído na meta fiscal. A íntegra do pedido está disponível (PDF – 13 MB).
IOF
O governo Lula recentemente publicou um decreto com o objetivo de aumentar o IOF (Imposto sobre Operações de Crédito).
Em 22 de maio, Haddad anunciou que o governo aumentaria o imposto, e a medida geraria R$ 20,5 bilhões para o governo em 2025. Posteriormente, houve um retrocesso em alguns pontos.
A iniciativa foi mal recebida pela Câmara e pelo Senado. Os presidentes Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre deram 10 dias para Haddad revogar totalmente o anúncio.
Na quarta-feira (11.jun), o governo divulgou uma medida provisória e um decreto que suavizam em parte o texto original, incluindo taxas reduzidas para crédito empresarial.
Na quinta-feira (12 de jun), Hugo Motta e líderes partidários anunciaram que decidiram dar andamento ao requerimento de urgência do PDL (projeto de decreto legislativo) que revoga o decreto do governo. A votação ocorrerá na segunda-feira (16 de jun).
A despeito do Congresso seguir uma trajetória divergente do que almeja a equipe econômica, o governo deve adotar medidas para estabilizar a situação.
Se o PL apenas revogar o decreto publicado na noite de quarta-feira (11.jun), na prática, ressuscitaria o aumento inicial de Haddad sobre o IOF. Deputados devem realizar ajustes no texto para evitar dúvidas técnicas e jurídicas.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.