Em menos de dois dias, Israel destruiu o segundo edifício residencial em Gaza
Israel alega que o Hamas emprega a organização em suas operações, porém não oferece provas. Na sexta-feira, 42 mortes foram registradas.

O exército israelense destruiu, neste sábado (6), mais um grande edifício residencial em Gaza, enquanto a população foi ordenada se deslocar para uma zona considerada “humanitária”, um aviso à operação terrestre.
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O coronel Avichay Adraee, porta-voz em árabe do Exército, solicitou nas redes sociais a evacuação da área onde, segundo a ONU, residem aproximadamente um milhão de pessoas.
Logo em seguida, o Exército anunciou a destruição de um edifício de grande porte, reconhecido por testemunhas, como Susi, no sudoeste da cidade, área onde ocorreu a ordem de evacuação.
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Torre Al-Susi, na área industrial de Gaza, destruída por ataques aéreos israelenses.
Clash Report (@clashreport) 6 de setembro de 2025
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Na sexta-feira, outro edifício parecido foi destruído pelas forças israelenses. “Seguimos”, escreveu na rede social X o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, que compartilhou um vídeo mostrando um edifício de cerca de quinze andares desmoronando em meio a uma grande nuvem de poeira.
O Exército israelense avisou que atacaria “infraestruturas terroristas” na Cidade de Gaza, em especial os grandes edifícios residenciais. Israel alega que o Hamas os utiliza em suas operações, o que o movimento palestino considera “mentiras descaradas”.
O Exército israelense, que alega controlar 75% da Faixa de Gaza e 40% da cidade, anunciou que busca tomar a Cidade de Gaza com o objetivo de eliminar o Hamas e resgatar os reféns sob seu controle.
A ofensiva se verifica após o presidente americano Donald Trump declarar na sexta-feira que os Estados Unidos estão em negociações “muito profundas” com o Hamas, grupo responsável pelo ataque sem precedentes em Israel em 7 de outubro de 2023, que deu origem à guerra.
O Exército israelense estima que 25 dos 47 reféns que ainda estão em Gaza — dos 251 sequestrados em 7 de outubro — estejam mortos.
O grupo islamista palestino concordou, em agosto, com um plano de cessar-fogo que prevê a libertação de reféns em fases, por meio da mediação do Egito, dos Estados Unidos e do Catar.
O governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exige que o Hamas libere todos os reféns imediatamente, desarme e declara que deseja assumir o controle da segurança da Faixa de Gaza.
O exército pensa.
Adraee, porta-voz do Exército israelense, informou que uma “zona humanitária” foi estabelecida em Al Mawasi, ao sul da Cidade de Gaza, para “assegurar a evacuação dos moradores”.
A área, conforme informado pelo Exército, compreende “infraestruturas humanitárias essenciais” e está munida de “alimentos, tendas, medicamentos e equipamentos médicos”.
Desde o início do conflito, o Exército israelense tem bombardeado repetidamente áreas designadas como “humanitárias” e “seguras”, justificando-se com a presença de combatentes do Hamas.
O exército mente para as pessoas, quando buscamos ajuda (…), abrem fogo”, lamenta Abdelnaser Muchtaha, de 48 anos, um deslocado no oeste da Cidade de Gaza que teve que abandonar o bairro de Zeitun por causa dos bombardeios.
Basam al Astal, de 52 anos, que também está deslocado e agora reside em Al Mawasi com sua família, declara que a área não é “nem humanitária nem segura”. “A cada dia morre mais gente, não há espaço para as tendas, nem serviços humanitários, nem água, nem saneamento, nem ajuda alimentar”, afirma.
O exército israelense intensificou suas operações em Gaza na sexta-feira, bombardeando um edifício no centro após um aviso de evacuação. A torre desabou como um castelo de cartas.
A Defesa Civil do território palestino informou que 42 pessoas faleceram na sexta-feira, em decorrência de disparos ou bombardeios israelenses, sendo que a metade das vítimas ocorreu na cidade de Gaza.
Em razão das restrições impostas aos meios de comunicação em Gaza e das dificuldades de acesso, a AFP não pode verificar de forma independente os balanços da Defesa Civil.
O ataque de 7 de outubro causou a morte de 1.219 israelenses, na sua maioria civis, conforme apurado por uma reportagem da AFP com base em informações oficiais.
As ações israelenses em Gaza causaram a morte de pelo menos 64.300 pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, sob o comando do Hamas, cujos números são vistos como confiáveis pela Organização das Nações Unidas.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.