Em Gaza, Israel demoliu uma igreja e feriu um padre que denunciava genocídio ao Papa Francisco

Padre Gabriele Romanelli foi ferido nas pernas, além de duas mortes e diversos feridos entre os fiéis.

17/07/2025 9:51

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Em Gaza, Israel demoliu uma igreja e feriu um padre que denunciava genocídio ao Papa Francisco
(Imagem de reprodução da internet).

Um novo ataque israelense atingiu a Igreja da Sagrada Família, em Gaza, na quinta-feira (17/07). Duas mulheres faleceram e diversas pessoas ficaram feridas, segundo médicos do Hospital Árabe al-Ahli. Entre os feridos, o padre argentino Gabriele Romanelli, que relatava diariamente ao falecido Papa Francisco sobre a situação da guerra, também se encontrava.

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Romanelli sofreu ferimentos leves nas pernas, ao mesmo tempo em que seis outras vítimas permanecem em estado grave, de acordo com a agência italiana ANSA. Em Roma, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni considerou como “inaceitáveis” os ataques contra a população civil.

No Telegram, um porta-voz do exército israelense declarou que o exército está ciente da alegação sobre os danos à igreja e os ferimentos no local. O incidente está sob investigação, acrescentou.

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A Igreja da Sagrada Família é a única igreja católica na Faixa de Gaza e acolhia cristãos e muçulmanos, incluindo diversas crianças com deficiência, durante o ataque.

De acordo com a Al Jazeera, desde o início da guerra em Gaza, Israel tem atacado repetidamente locais religiosos, como mesquitas e igrejas. Em outubro de 2023, a Igreja de São Porfírio, a mais antiga da Faixa de Gaza, foi bombardeada, causando a morte de pelo menos 18 pessoas.

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Além das mulheres falecidas na igreja do Mosteiro Latino, no leste da cidade, um ataque de drone ceifou oito civis responsáveis por proteger caminhões de ajuda humanitária que se dirigiam ao norte da Faixa. Os veículos foram destruídos e equipes de defesa civil precisaram recolher destroços e partes de corpos no local.

Genocídio

Pelo menos 22 mortes foram registradas a partir da manhã desta quinta-feira (17/07). As fontes médicas informam que o número de óbitos nas últimas 24 horas alcança 93, sendo que 30 indivíduos estavam em situação de espera por assistência alimentar.

A crise humanitária afeta de forma mais intensa os grupos mais vulneráveis. A Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) relata que mais de 83% das pessoas com deficiência perderam seus dispositivos de assistência, e aproximadamente 80% dos idosos necessitam de medicamentos urgentes.

A distribuição de alimentos segue extremamente restrita, reduzida a um fornecimento controlado por núcleos locais, incapazes de atender à demanda de milhões de deslocados, relata a Organização das Nações Unidas.

Grupo de Haia

Em Bogotá, durante o encerramento da reunião do Grupo de Haia nesta quarta-feira (16/07), 32 países comprometeram-se com seis medidas contra o genocídio palestino. Dentre elas, estão o bloqueio de armas e combustíveis, a revisão de contratos públicos ligados à ocupação e o veto ao trânsito de navios rumo ao país.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que é anfitrião do encontro, declarou: “vivíamos Gaza em nosso sangue, eles também nos invadiram. E sim, podemos criticar o Hamas, mas não o povo palestino; Eles têm o direito de se rebelar porque suas terras foram ocupadas. Nossas terras colombianas também foram ocupadas pelos espanhóis, uma de nossas ilhas pelos franceses e ingleses e o Panamá pelos americanos, e eles tomaram nosso território. Um povo que eles ocupam merece se rebelar, rebelião não é crime”.

A relatora especial da ONU para os Direitos Humanos na Palestina, Francesca Albanese, apontou que o denominado “Grupo de Haia” aumentou de nove para trinta Estados comprometidos em responsabilizar Israel por crimes graves e violações do direito internacional.

Fonte por: Brasil de Fato

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.