O petista, juntamente com outros líderes progressistas, apoiou a regulamentação das redes sociais e o enfrentamento da desinformação.
O presidente Lula (PT) defendeu, em agenda em Santiago, no Chile, a regulamentação das redes sociais e o combate à desinformação, em meio ao que considerou uma nova ofensiva antidemocrática. Sem mencionar diretamente Donald Trump, solicitou unidade para evitar a reedição de “práticas intervencionistas”.
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A declaração resultou de um encontro entre Lula e outros quatro líderes progressistas: os presidentes do Chile, Gabriel Boric, da Colômbia, Gustavo Petro, e do Uruguai, Yamandú Orsi, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.
A reunião adquiriu ainda maior relevância com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 50% as importações de produtos brasileiros e de tentar interferir no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe.
De acordo com Lula, a situação global piorou após a realização de um encontro entre Espanha e Brasil, ocorrido em setembro de 2024, em caráter de antecedência à Assembleia-Geral da ONU.
O petista declarou que a situação atual demanda medidas práticas e imediatas. Ele complementou que a democracia liberal não demonstrou capacidade de atender às demandas e necessidades atuais, e que o simples cumprimento de eleições a cada quatro ou cinco anos não é mais adequado.
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Assim, conforme Lula, é preciso reforçar as instituições democráticas e o multilateralismo.
Acordamos sobre a necessidade de regulamentação das plataformas digitais e do enfrentamento da desinformação, para restabelecer ao Estado a capacidade de proteger seus cidadãos, prosseguiu. Transparência de dados e uma governança digital global são as chaves para um debate público livre e plural, reforçou.
Lula afirmou que a defesa da democracia não se restringe aos governos e requer a participação ativa de intelectuais, dos parlamentos, da sociedade civil, da imprensa e do setor privado.
O presidente brasileiro solicitou que se atuasse em conjunto “no momento em que o extremismo tenta reinterpretar práticas intervencionistas”.
Sob o lema “Democracia Sempre”, o evento no Chile ocorreu em um período de avanços de partidos e governos de extrema-direita na Europa e na América Latina.
“Atualmente, em diversas regiões do planeta, a democracia enfrenta sérios riscos”, declarou Gabriel Boric no início da reunião, no palácio presidencial de La Moneda.
Ele criticou também a desinformação, o extremismo de qualquer natureza, o aumento do ódio, a corrupção, a concentração de poder e uma desigualdade que compromete a confiança na esfera pública e no Estado de Direito.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.