Em 2025, as empresas estatais apresentaram um déficit de R$ 2,73 bilhões sob o governo Lula
O Brasil registrou um rombo significativo nas contas públicas entre janeiro e abril deste ano nas empresas sob controle do governo federal, sendo o maior já registrado para esse período, conforme dados disponíveis.

As empresas estatais federais apresentaram um déficit histórico de R$ 2,73 bilhões em 2025. Trata-se do maior valor desde 2002 (23 anos). Números do BC (Banco Central) indicam que o resultado negativo cresceu 62,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
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As informações constam no relatório “Estatísticas fiscais” divulgado nesta 6ª feira (30.mai.2025). Segue a íntegra do comunicado (PDF – 333 kB). No 3º mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as estatais federais registraram déficit no 1º quadrimestre de todos os anos: de R$ 1,84 bilhão em 2023, de R$ 1,68 bilhão em 2024 e de R$ 2,73 bilhões em 2025.
O levantamento do Banco Central exclui a Petrobras e as empresas financeiras estatais, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Em abril, o déficit das empresas estatais federais somou R$ 977 milhões.
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A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou, em 23 de abril, que a contabilidade do Banco Central é fiscal e ignora informações contábeis das companhias. Disse que existem empresas que apresentam déficit no dado do Banco Central, mas registraram lucro líquido.
A ministra mencionou os casos da Serpro e da Dataprev, que apresentaram resultados positivos, conforme relatado por Esther.
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O lucro líquido da Serpro atingiu R$ 685 milhões no ano anterior. A Dataprev obteve lucro de R$ 508,2 milhões, porém houve declínio em comparação com 2023 (R$ 598,6 milhões).
Esther informou que existem 19 empresas autônomas listadas no Ministério da Gestão e Inovação. Declarou que o Banco Central identificou o déficit fiscal de 11 entidades públicas em 2024.
De 11 empresas que apresentaram déficit, 9 tiveram lucros, afirmou Esther em abril. “Se você procurar qualquer empresa privada, ninguém conhece o déficit, porque essa contabilidade só faz sentido na lógica fiscal, que é pegar exclusivamente as receitas daquele ano contra as despesas daquele ano”.
O Banco Central utiliza uma metodologia abrangente que engloba diversas ferramentas e análises para alcançar seus objetivos. Essa metodologia envolve o monitoramento constante da economia, a avaliação de riscos financeiros, a definição de políticas monetárias e a supervisão do sistema financeiro. A análise de indicadores macroeconômicos, projeções de crescimento, expectativas de mercado e dados qualitativos são cruciais nesse processo.
O Banco Central investiga o resultado fiscal utilizando a metodologia denominada “abaixo da linha”, distinta da adotada pelo Tesouro Nacional, que emprega a metodologia “acima da linha”.
O Banco Central possui acesso restrito a determinados componentes, como dados de fluxo, focando na necessidade de financiamento. A autoridade monetária analisa a evolução do nível de endividamento das empresas estatais ao longo do tempo para identificar variações.
Indica-se que o rombo de R$ 2,73 bilhões reflete o incremento da demanda por recursos financeiros. O Banco Central já argumentou que é necessário evitar avaliações sobre as distintas maneiras do BC e do governo em determinar o resultado nas contas das empresas públicas. Afirmou que os dados são complementares.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.