Eleitores Suíços Rejeitam Taxação de Heranças e Ampliação do Serviço Militar em Plebiscito de 2025

Eleitores suíços rejeitaram em votação de 30 de novembro de 2025 mudanças tributárias e militares. Propostas sobre heranças e serviço militar foram derrotadas

01/12/2025 7:51

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Em 30 de novembro de 2025, os eleitores suíços rejeitaram duas propostas que visavam mudanças significativas no sistema tributário e na estrutura militar do país. A primeira, uma taxa sobre grandes heranças e doações de indivíduos com fortunas acima de 50 milhões de francos suíços (equivalente a cerca de R$ 332 milhões na época), não obteve apoio suficiente para ser aprovada.

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A proposta, defendida pelo Juso (Jovens Socialistas), buscava direcionar os recursos para ações de combate às mudanças climáticas, com base no princípio de que grandes patrimônios deveriam contribuir com políticas ambientais.

A segunda iniciativa, que propunha a ampliação do serviço militar obrigatório para incluir mulheres, também foi rejeitada. Atualmente, apenas homens são obrigados a cumprir o serviço militar ou a atuar na proteção civil. A proposta, que visava estender a obrigatoriedade a toda a população, independentemente do gênero, gerou forte oposição, com críticos argumentando que poderia aumentar os custos econômicos e impactar negativamente o mercado de trabalho jovem.

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Rejeição da Taxação de Heranças e Doações

A proposta de taxar heranças e doações acima de 50 milhões de francos suíços enfrentou forte resistência. A inclusão de um ponto que previa aplicação retroativa da taxa, gerou preocupação entre advogados tributaristas e grupos empresariais.

Autoridades federais alertaram que a medida poderia diminuir a atratividade da Suíça para grandes fortunas que se movimentam no país.

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Segundo informações, algumas empresas e indivíduos já consideravam a possibilidade de transferir seus ativos para outros países caso a proposta fosse aprovada. A questão também gerava incertezas sobre os processos sucessórios de empresas familiares.

Peter Spuhler, dono da Stadler Rail, classificou a ideia como um “desastre” para a Suíça.

Rejeição da Ampliação do Serviço Militar

A proposta de ampliar o serviço militar para incluir mulheres também enfrentou resistência política. Partidos da esquerda e da direita, incluindo o Partido do Povo Suíço (SVP), se uniram para rejeitar a medida. Críticos argumentavam que mulheres já desempenham uma parcela significativa do trabalho de cuidado não remunerado e que impor uma nova obrigação geraria custos elevados.

Defensores da ampliação do serviço militar argumentavam que um sistema mais abrangente fortaleceria a capacidade do país de responder a desastres naturais, ataques cibernéticos e desafios de segurança na Europa. Noemié Roten, uma das principais articuladoras da iniciativa, defendia que a medida reforçaria a coesão nacional, apesar da oposição.

As duas votações fazem parte do processo regular de consulta popular da Suíça, que realiza plebiscitos nacionais quatro vezes por ano. Desde 1874, cerca de 200 referendos opcionais foram realizados, sendo que aproximadamente 40% foram rejeitados.

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.