Argentinos votam em eleições legislativas decisivas
No último domingo, os argentinos participaram de eleições legislativas que avaliarão o apoio às reformas econômicas e medidas de austeridade do presidente Javier Milei. O resultado determinará se ele terá respaldo para prosseguir com sua agenda econômica. As urnas foram fechadas às 18h, e até às 17h, apenas 58% dos eleitores haviam comparecido.
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O partido de Milei, La Libertad Avanza, busca ampliar sua pequena representação no Congresso, visando aumentar a confiança dos investidores em sua visão e manter o apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Recentemente, Trump concedeu um robusto resgate financeiro à Argentina, mas alertou que poderia se afastar caso Milei não tenha um bom desempenho.
Expectativas e disputas eleitorais
“Não desistam porque estamos na metade do caminho”, declarou Milei a seus apoiadores em um evento de encerramento da campanha em Rosário. Ele enfatizou que o país está seguindo um bom caminho.
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Na votação de meio de mandato, estão em disputa metade da Câmara dos Deputados, ou 127 assentos, e um terço do Senado, ou 24 assentos. O movimento de oposição peronista possui a maior bancada em ambas as casas, enquanto o partido de Milei conta com apenas 37 deputados e seis senadores.
Os resultados das eleições devem ser divulgados a partir das 21h (horário de Brasília).
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Opiniões dos eleitores
Milei votou na manhã de domingo no bairro de Almagro, em Buenos Aires, acenando para o público, mas sem fazer declarações. Em centros de votação, alguns eleitores expressaram apoio à reforma do presidente. “Milei está arriscando tudo por uma mudança profunda e precisa de apoio”, afirmou Cecilia Juarez, estudante de 22 anos.
Por outro lado, Silvio Caballero, professor universitário de 54 anos, demonstrou pessimismo em relação ao crescimento econômico. “Não sei quando conseguiremos ser um país de primeiro mundo”, disse ele, sem revelar seu voto.
Desafios e expectativas para o governo
A Casa Branca e investidores internacionais estão impressionados com a capacidade do governo argentino de reduzir a inflação mensal de 12,8% antes da posse de Milei para 2,1% no mês passado, além de obter um superávit fiscal e aprovar medidas de desregulamentação.
No entanto, a popularidade de Milei caiu devido à insatisfação pública com cortes nos gastos e um escândalo de corrupção envolvendo sua irmã, chefe de gabinete. “O ajuste de Milei foi feito com traição e crueldade”, criticou Axel Kicillof, governador da província de Buenos Aires.
Perspectivas futuras
Especialistas afirmam que um resultado acima de 35% dos votos seria positivo para o governo de Milei, permitindo alianças que bloqueiem tentativas de derrubar seus vetos. Maria Laura Tagina, cientista política, destacou que o movimento peronista enfrentará mais dificuldades para obter uma “boa eleição” devido ao maior número de cadeiras em disputa.
Milei espera mudanças em seu gabinete após a eleição, possivelmente incluindo membros do partido centrista PRO, aliado frequente no Congresso. Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein, pediu demissão.
A eleição será monitorada de perto pela Casa Branca, especialmente em relação ao possível resgate de US$ 40 bilhões da Argentina por Trump. Após os resultados, muitos analistas preveem uma desvalorização do peso, que pode ser ajustado caso o partido de Milei não tenha um desempenho satisfatório.
