Eduardo omite extenso histórico de críticas à prisão domiciliar em defesa de Jair Bolsonaro

O deputado federal, atualmente licenciado, se manifestou repetidamente contra o que considerou “sinônimo de impunidade”; ele optou por não comentar as c…

05/08/2025 9:21

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Eduardo omite extenso histórico de críticas à prisão domiciliar em defesa de Jair Bolsonaro
(Imagem de reprodução da internet).

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já foi um crítico veemente do regime de prisão domiciliar. Publicações nas redes sociais apontavam que a medida era “sinônimo de impunidade”. Na segunda-feira 4, o pai dele teve a prisão em casa determinada.

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Ladrão de galinhas vai para a cadeia e ladrão amigo do rei para prisão domiciliar é sinônimo de impunidade. Infelizmente juízes se utilizam de brechas nas leis para favorecer alguns. É preciso revogar o instituto da prisão domiciliar, escreveu Eduardo, em postagem de dezembro de 2017 no X (antigo Twitter).

Eduardo continuou criticando a prisão domiciliar nos meses subsequentes. Em março de 2018 afirmou que “o condenado é carcereiro dele mesmo” quando a medida é aplicada. Ele reiterou o pedido para que o mecanismo seja encerrado.

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Em fevereiro de 2019, quando o pai já era presidente, republicou mensagem do jornalista Alexandre Garcia sobre adolescentes infratores e complementou: “Bandido é um ser pensante, igual a mim e você. Antes de praticar o crime ele pensa nas chances de ser preso – que no Brasil são baixíssimas”. E, mais uma vez, citou a prisão domiciliar como um problema.

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Em março de 2019, publicou um tuíte que, a essa altura, demonstrava ser premonitório. Afirmou que o crime aumenta quando o criminoso se sente seguro. Na ocasião, criticou a tornozeleira eletrônica – dispositivo que Jair Bolsonaro utiliza desde o dia 18 e a prisão domiciliar.

Apesar das reiteradas críticas, não se documentou que Eduardo tenha submetido à Câmara qualquer projeto de Lei que propusesse a revogação da medida, ainda que tenha sido pressionado por apoiadores: “Já havia chegado o momento de alterarmos essa situação. Foi também por isso que eleitamos Bolsonaro como Presidente”, escreveu uma pessoa em resposta a Eduardo em 2019.

Na segunda-feira, 4, após a decretação da prisão domiciliar do pai, Eduardo também foi às redes sociais, mas, desta vez, não mencionou qualquer problema em se aplicar a prisão domiciliar no caso do pai. Ele se limitou apenas a dizer que Bolsonaro teria sido preso “sem crime, sem provas, sem julgamento”.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.