Economistas Avaliam Alívio Inflacionário Pontual, Mas Alertam para Prudência
Após o IPCA-15 registrar alta de 0,18%, abaixo das expectativas do mercado, economistas observam sinais de alívio inflacionário, mas enfatizam a necessidade de cautela na política monetária. O índice subiu 0,18%, abaixo das projeções do mercado (0,24%) e do resultado de setembro (0,48%), acumulando alta de 4,94% em 12 meses.
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Análises e Perspectivas
Pablo Spyer, conselheiro da Ancord, ressaltou que o resultado confirma a moderação esperada, mas não justifica otimismo excessivo, devido à persistência da pressão nos preços dos serviços e passagens aéreas. “A composição dos preços ainda preocupa, pela pressão dos serviços e das passagens aéreas.
Isso reforça a necessidade de manter prudência no combate à inflação”, declarou.
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Alívio na Alimentação
Felipe Queiroz, economista-chefe da APAS (Associação Paulista de Supermercados), destacou a redução nos preços de itens essenciais como arroz, leite, ovos e cebola, o que é positivo para as famílias de menor renda. Ele acredita que o quadro já permitiria ao Banco Central iniciar reduções graduais da taxa básica de juros.
Visões Divergentes sobre o Banco Central
Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, considerou o dado “qualitativamente positivo”, mas insuficiente para mudar a postura do Banco Central. “O resultado apoia revisões baixistas nas projeções de inflação, mas não traz confiança adicional no processo de desinflação”, afirmou.
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Desafios no Cenário Econômico
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, apontou que, em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,94%, menor que os 5,32% de setembro, mas ainda acima da meta de 3%, com teto de 4,5%. “Na nossa visão, o cenário segue desafiador, especialmente no segmento de serviços subjacentes, que exclui itens mais voláteis, como passagens aéreas.
Embora tenha desacelerado de 6,7% em setembro para 6,3% em outubro, a inflação dessa categoria segue em patamar elevado.”
Foco na Desaceleração
Alexandre Maluf, economista da XP Macro, observou que a inflação de serviços subjacentes avançou 0,24% em outubro, abaixo da projeção de 0,61%, e que o preço do seguro de automóveis caiu 2%, após recuo de 6% em setembro. Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, enfatizou que o quadro é “uma boa notícia para o Brasil”, com destaque para a deflação de bens industriais e a queda na difusão dos aumentos de preços.
Conclusão: Desaceleração e Cautela
Os especialistas concordam que a desaceleração da inflação deve continuar até o fim do ano, impulsionada pela queda dos preços agrícolas e pela melhora do câmbio. No entanto, defendem que o Comitê de Política Monetária do Banco Central mantenha a cautela até que a desinflação se consolide, considerando os desafios persistentes, especialmente no setor de serviços.
