Jason Vieira, economista-chefe da Lev Asset, alerta sobre a insegurança jurídica no caso do Banco Master e seu impacto no mercado e investidores.
Jason Vieira, economista-chefe da Lev Asset, manifestou sua preocupação com a insegurança jurídica resultante da maneira como o STF (Supremo Tribunal Federal) está lidando com o caso do Banco Master. Em entrevista ao CNN Prime Time, ele ressaltou que esta é a primeira vez que o TCU (Tribunal de Contas da União) intervém em um banco, o que, segundo ele, foge da competência do órgão.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Vieira criticou diversos aspectos do processo, como a forma como o caso chegou ao STF, o sigilo imposto e a sensação de coação sobre o Banco Central, que ele considera uma instituição técnica e independente, composta por profissionais altamente qualificados. “O Brasil já não é conhecido por oferecer segurança jurídica”, afirmou, lembrando que decisões retroativas já prejudicaram investidores no país.
O economista alertou que essa situação pode afastar investidores estrangeiros, especialmente em um ano eleitoral, quando a volatilidade dos ativos tende a aumentar. Ele comparou a situação do Banco Master a “uma crônica de uma morte anunciada”, mencionando que o mercado já estava ciente dos problemas da instituição, que oferecia títulos de crédito com valores acima do que é praticado.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Vieira explicou que muitos investidores aplicavam valores próximos ao limite do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) como forma de precaução. “As pessoas sabiam que aquilo poderia acontecer”, disse. Ele destacou que não há risco sistêmico para os bancos médios, pois o problema é específico de uma única instituição.
Jason Vieira também expressou preocupação com o impacto da liquidação do Banco Master no FGC, que é formado por contribuições de todas as instituições financeiras do país. “Esse recurso está sendo dilapidado devido ao que ocorre com o Banco Master”, observou.
Para o futuro, o economista prevê que o FGC deverá adotar controles mais rigorosos e ficar mais atento ao sistema financeiro, especialmente quando instituições oferecem rendimentos muito acima da inflação e da média do mercado com garantias frágeis. “Esperamos que a intervenção continue a ocorrer.
Se houver uma reversão, isso pode afastar ainda mais o investidor estrangeiro e dificultar o crédito no Brasil”, concluiu.
Autor(a):
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.