Economista da Galápagos afirma que o setor de serviços será mais afetado pelo IOF
Tatiana Pinheiro, da Galápagos Capital, avalia os efeitos da medida e antecipa pressão sobre micro e pequenas empresas, notadamente no setor de comércio e serviços.

O aumento recente do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) tem suscitado preocupações no mercado financeiro brasileiro. Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galápagos Capital, em entrevista à CNN Brasil no último sábado (31), avaliou os potenciais efeitos dessa medida na economia nacional.
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De acordo com Pinheiro, o setor de serviços sofrerá o maior impacto do aumento do imposto. A economista destaca que a medida afetará principalmente as pequenas e médias empresas, que correspondem a aproximadamente 80% da economia brasileira.
O aumento do IOF sobre o risco sacado, uma modalidade de financiamento empregada por empresas para adiantar recebíveis, deverá elevar o custo do capital de giro dessas companhias. Pinheiro explica: “Isso funciona de maneira semelhante ao capital de giro das pequenas e médias empresas. Todos os pequenos fornecedores, os meios fornecedores, eles se utilizavam e se utilizam dessa ferramenta do risco sacado”.
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A economista adverte que o aumento das taxas de juros pode gerar uma pressão inflacionária em setores com margens reduzidas, como serviços e comércio. Contudo, ela estima que o efeito sobre a inflação será limitado.
Pinheiro também discutiu a questão da inflexibilidade dos gastos públicos, que restringe as alternativas do governo para equilibrar as finanças. De acordo com ela, mais de 90% das despesas públicas são obrigações, oferecendo pouca possibilidade de reduções.
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A economista declarou que a solução para a situação seria se a sociedade se reunisse para discutir a estrutura de gastos, em especial os 92% obrigatórios por lei.
Apesar das preocupações, Pinheiro não acredita que o aumento do IOF por si só causará uma desaceleração expressiva da atividade econômica. Ela destaca que outros elementos, como o endurecimento da política monetária, terão um impacto maior na desaceleração da economia durante o período.
Há uma questão estrutural na economia global, afirma professor.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.